Apucarana: comunidade do Colégio Heitor Furtado se mobiliza contra a militarização APP-Sindicato

Apucarana: comunidade do Colégio Heitor Furtado se mobiliza contra a militarização

Durante reunião, um capitão do exército silenciou educadores(as), pais e estudantes, cerceando o direito de debate sobre o modelo

“Eles vão padronizar os(as) alunos(as), ninguém mais poderá ser aquilo que deseja ser”.

Essa foi uma das críticas realizadas por pais e estudantes em uma reunião relâmpago com militares no C.E. Heitor Furtado, de Apucarana. 

Após o Colégio Estadual Polivalente rejeitar o modelo cívico-militar, Ratinho Jr. redirecionou a ofensiva para outra escola da cidade.

No encontro realizado na noite de segunda-feira (14), um capitão do exército fez um monólogo sobre a militarização e tentou calar a voz de pais e estudantes contrários ao modelo. 

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A situação ficou tensa após militares não cederem espaço para o debate. Os(as) presentes questionaram a tentativa de silenciamento na reunião, que se encerrou de forma abrupta. 

Segundo informações do Núcleo Sindical de Apucarana, a votação ocorrerá na próxima quinta-feira (17), das 8h às 20h. Ainda na avaliação de dirigentes do NS, muitos(as) pais e estudantes são contrários à proposta.

“Durante a reunião, professores(as) foram calados(as) na frente de todos(as) os(as) presentes e não tiveram direito a voz. Alunos(as) também não conseguiram falar, ou seja, foi um monólogo de um capitão do exército tentando impor goela abaixo suas ideias para a comunidade”, explica o Secretário de Assuntos Jurídicos da APP de Apucarana, José Antônio de Almeida. 

Em resposta à investida da Seed, estudantes estão organizando um ato contra a militarização do Colégio Heitor Furtado. Foi criado ainda um grupo na cidade “Contra a militarização das escolas de Apucarana”.

O NS da região também trabalha para conscientizar a comunidade e mobilizar a resistência.

Foco de denúncias

Os colégios cívico-militares do Paraná têm sido focos de graves denúncias no último período. No ano passado, diversos casos eclodiram, entre eles de um policial aposentado(a) detido por assédio sexual dentro da escola, outro por agredir a socos um aluno e um terceiro por acobertar o caso.

A APP-Sindicato reforça a posição contrária ao modelo de escolas cívico-militares, pautado pela  cultura do medo e pelo desrespeito à gestão democrática e aos profissionais da educação. Escola é para quem tem formação para educar, não para reprimir.

Confira o desabafo de uma mãe na reunião:


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