Olhos e ouvidos atentos. Esta era a postura das centenas de educadores(as) que acompanharam, na tarde desta terça-feira (30), o pronunciamento do presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Silva Leão, durante o grande expediente na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Professores(as) e funcionários(as) de escolas que participaram da grande mobilização de hoje, promovida pela entidade, em Curitiba, lotaram as galerias da Casa Legislativa e deram uma mostra concreta de união e força da Educação. Apesar de não ser recesso, pouco mais de 20 deputados(as) acompanharam a fala do presidente do sindicato, que, entre outras considerações, solicitou o apoio dos(as) parlamentares.
“A educação é o eixo transformador da sociedade. Qualquer governo que pretenda estimular um desenvolvimento adequado para a superação de atrasos, deve investir no setor e, consequentemente, na valorização dos educadores e educadoras. E neste sentido, queremos o apoio desta Casa ao projeto de lei 426/2016, proposto pelo deputado Professor Lemos e pelo presidente da Comissão de Educação, Hussein Braki, que abona a falta do dia 29 de abril lançada injustamente pelo governo apenas nos educadores; também queremos que os deputados apoiem o respeito ao projeto de lei que foi aprovado aqui mesmo, na Assembleia, que definia a implementação da data-base em janeiro de 2017”, afirmou.
Hermes lembrou que a conquista do PL 18.493/2015 – que definiu o pagamento da data-base em janeiro do ano que vem acrescido a 1% para reposição das perdas anteriores – foi o resultado de uma intensa negociação da greve. Mas, agora, o governador Beto Richa quer dar para trás. “O governo vem disseminando o discurso de troca de um direito por outro, utilizando como desculpa supostas dificuldades de caixa: ou paga os atrasados ou paga a data-base. Nós, juntamente com as outras categorias, mostramos que há caminhos possíveis. Que há, sim, como saldar o que nos deve e implementar o que já foi acordado”, apontou o presidente da APP. Ele também lembrou que é na Educação que estão os menores salários do Estado, dos efetivos até os mais de 28 mil temporários. “E continuaremos em marcha, não só para lembrar o nosso passado, mas para defender a nossa carreira e a educação pública”.
O deputado estadual Professor Lemos também falou durante o Grande Expediente. Ele parabenizou os mais de 160 mil trabalhadores(as) que atuam na rede pública estadual de ensino. Ele relembrou lutas históricas, como as conquistas dos planos de carreira do Magistério e dos funcionários e funcionárias de escola. Segundo Lemos, no momento, todos estes direitos garantidos por lei estão ‘congelados’. “Desde o ano passado a nossa carreira não foi extinta, mas está parada. Sem promoções e progressões, sem o pagamento de quinquênios e anuênios, enfim, prerrogativas básicas”, avaliou. Lemos também lembrou que existe uma série de pendências que devem ser assumidas pelo governo Richa. “Desde o direito de cumprirmos as 800 horas letivas do ano, que a falta do 29 de abril ameaça, até a equiparação do valor do vale transporte que, hoje, tem vindo R$ 117,00 a menos para 8.300 funcionários de escola”, lembrou.