A APP-Sindicato se reuniu nesta quarta-feira (14), com o procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Estado do Paraná (MP-PR), Ivonei Sfoggia, para contextualizar a realidade do cenário educacional no Estado, especialmente no sentido de buscar alternativa ao processo de desestabilização das comunidades escolares, agravado com as denúncias contra os(as) trabalhadores(as) da educação. Tais denúncias são, principalmente, decorrentes das ocupações estudantis nos colégios da rede pública, entre outubro e novembro deste ano.
Os dirigentes da APP salientam como objetivo central da reunião, acima de tudo, denunciar as consequências deste cenário de denuncismo. Fatos comprovados, inclusive, com dados da Secretaria de Estado da Educação (Seed), que apontam milhares de denúncias, sendo que três mil delas estão sendo averiguadas com relação às ocupações. A direção entende que, para garantir a qualidade de ensino e aprendizagem, é necessário um ambiente saudável nas escolas.
Os dirigentes ressaltaram ao procurador-geral que as denúncias e assédios estão se tornando um processo continuado e estimulado pelo governo, vinculando qualquer desgaste na conjuntura como “culpa” da APP, ou seja, fatores contrários à democracia pela qual o sindicato luta e acredita.
O presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Silva Leão, destaca que a APP procurou o Ministério Público para fazer uma mediação deste. “Procuramos o Ministério Público Estadual para trazer a preocupação da direção da APP com o nível do que estamos chamando no interior das escolas de denuncismo, que parte de um estímulo também governamental. Esse procedimento tem gerado uma grande insegurança na nossa categoria e uma desestabilização visível do processo escolar, prejudicando enormemente o processo de ensino e aprendizagem. Nós precisamos estancar este processo porque ele é irreal, é uma distorção do período complexo que estamos atravessando na conjuntura brasileira. A reunião tem este cunho de que o Ministério Público possa atuar na mediação para a superação deste período o mais rapidamente possível”, explica.
O procurador-geral de Justiça, Ivonei Sfoggia, se comprometeu a pautar uma reunião com o governo para continuar o diálogo sobre o tema e destacou que este cenário pode prejudicar os(as) estudantes. “Estamos conversando com a APP-Sindicato numa perspectiva de aproximação com o governo do Estado e de distensionamento das relações. Na verdade, o objetivo me parece de todos – seja do governo e da APP e de todas as pessoas de bem desse país – é no sentido de que tenhamos um ensino mais adequado e uma melhoria do ensino. Todos procuram melhorar a educação do Brasil. Então, se esse é o objetivo de todos, a nossa preocupação é de que não tenhamos rusgas e dificuldades nesse relacionamento, porque isso evidentemente trará prejuízos aos estudantes que são os mais interessados”, pontuou.
A direção da APP-Sindicato continuará acompanhando os processos e, ao mesmo tempo, irá procurar outras instâncias como o Conselho Estadual de Direitos Humanos, o Conselho Estadual de Educação, a Comissão de Direitos Humanos e de Educação da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), afim de denunciar e buscar soluções para superar esse período de desgaste coletivo da categoria.