A APP-Sindicato se solidariza com Renato Freitas pelo preconceito e discriminação sofridos antes de partir num vôo de Foz do Iguaçu a Londrina, na tarde de quarta-feira (10). O deputado estadual, representante dos jovens da classe trabalhadora do Paraná, foi submetido a revista vexatória da Polícia Federal quando já havia embarcado.
Quando pediu explicação para o constrangimento a que foi submetido, Renato ouviu dos agentes apenas que foi escolhido de maneira “aleatória”. É inadmissível que situações como essa sigam acontecendo em nosso país.
Renato Freitas é um homem negro e cresceu na periferia de Curitiba, onde se formou advogado pela UFPR. Elegeu-se vereador em 2019 e deputado estadual em 2022, sempre denunciando a discriminação social e o ódio racial.
Às vésperas do 13 de maio, a humilhação a que Renato foi submetido revela a pertinência e atualidade de artigo publicado em abril pela APP com o título Por Uma Educação Mais Humana e Humanizadora. O preconceito que ele sofreu mostra que precisamos desbarbarizar a sociedade como um todo.
“Este ódio crescente se manifesta na atual sociedade e contrapõe-se a qualquer noção de solidariedade, justiça e igualdade”, diz o manifesto da APP. “São atos que estão entranhados na sociedade brasileira de matriz escravocrata, higienista e de extermínio de classe”, acrescenta.
A aceitação de discursos de ódio que multiplicam ações violentas, em suas diferentes escalas, revela uma sociedade adoecida. “Estes discursos e atos negam a outra pessoa como um sujeito de diferenças, principalmente quando estas diferenças concorrem com o habitus da branquitude, da heterosexualidade, da submissão das mulheres, do fundamentalismo cristão”, delimita o artigo da APP.
A superação desse estágio exige uma escola tomada pelo sentido democrático e uma educação para a cidadania.
Estamos juntos com você, Renato, na luta para que discriminações das quais você foi vítima não mais aconteçam!