É realidade as duplas e triplas jornadas de trabalho vivenciadas por trabalhadoras da educação, que compõem 80% da rede estadual do Paraná. O trabalho intensificado é acirrado pela defasagem salarial, desvalorização profissional e imposição de metas e cobranças abusivas decorrentes do uso das plataformas.
Acentua-se neste 28 de maio, no Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher, a Campanha Salarial da APP de 2024 pela defesa do direito a cuidar da saúde, por um trabalho digno com perícia humanizada e pelo fim das punições dadas às educadoras e educadores que apresentam atestados médicos de até três dias.
“A crescente pressão pedagógica e meritocrática, somadas às precárias condições de trabalho nas escolas públicas nos levam a um adoecimento físico e psíquico. Temos diagnósticos de síndrome de Burnout, depressão, ansiedade, lesão por esforço repetitivo, entre outros”, destaca a secretária da Mulher da APP, Taís Adams.
Tais acrescenta que educadoras(es) ainda são penalizadas(os) por adoecer tendo prejuízos na classificação da distribuição de aulas, mesmo com respaldo de atestados médicos.
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Para a APP-Sindicato, é preciso pensar políticas públicas que promovam a qualidade de vida e os direitos das mulheres em todos os ambientes.
“Após a plataformização na educação, a metodologia passou a sobrecarregar ainda mais as educadoras, que além de tudo também são responsabilizadas ou responsáveis pelos cuidados domésticos e por seus familiares”, finaliza Taís.
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Dia 28 e suas memórias
O Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher foi definido no IV Encontro Internacional Mulher e Saúde, ocorrido em 1984, na Holanda, ocasião em que a morte materna apareceu com toda a sua magnitude.
O tema ganhou destaque e no V Encontro Internacional Mulher e Saúde, realizado em São José da Costa Rica, em 1987, a Rede de Saúde das Mulheres Latino-Americanas e do Caribe (RSMLAC), propôs que, anualmente, no dia 28 de maio, uma temática direcionaria ações políticas com o objetivo de prevenir mortes maternas evitáveis.
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O filme brasileiro Abraço é baseado em fatos reais, do cineasta DF Fiuza, e aborda a dupla/tripla jornada de trabalho assumida por professoras e professores e por dirigentes sindicalistas sergipanos(as). Uma história de ficção respaldada em situações reais da luta de Ana Rosa, que é mãe, professora e líder sindical na luta contra a oposição e o machismo da família para liderar professores(as) em um importante movimento grevista.
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