Feriado com praia! O que para muitos(as) poderia ser um cenário de total descanso, para os(as) trabalhadores(as) da educação presentes na Associação Banestado, em Praia de leste, é motivo de muito trabalho e aprendizado. Durante os dias 13, 14 e 15 de novembro os(as) 752 delegados(as) eleitos(as) para representar a categoria no Congresso Estadual da APP, se reúnem para a fase estatutária do evento, onde analisarão e votarão nas propostas de emendas ao Estatuto da APP-Sindicato.
O Congresso Estadual da APP-Sindicato, acontece de três em três anos, dividido em duas etapas estaduais. A primeira, serve para reunir as teses com as opiniões e orientações de cada Núcleo Sindical, região ou correntes políticas atuantes na defesa dos(as) trabalhadores(as). Neste ano, a primeira etapa aconteceu em Foz do Iguaçu, em janeiro, quando foram analisadas as propostas das teses inscritas. Na ocasião, os(as) representantes(as) eleitos(as) aprovaram, rejeitaram e propuseram alterações ou acréscimos na tese guia, organizada pela direção estadual. Nesta nova etapa do Congresso, será aprovada a nova versão do Estatuto que regulará as ações administrativas, políticas e educacionais da APP.
Para introduzir as análises, o primeiro dia do evento contou com a participação do representante do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), Antonio Agusto de Queiroz que expôs sua análise sobre a conjuntura nacional e internacional. “Estamos vivendo em um tempo de ascensão de governos que priorizam a propriedade privada, o patrimônio financeiro, que usa a lógica do mercado para gerir. E de sociedades que clamam por esse tipo de gestão, como forma de solução para todos os problemas. Enquanto isso, a saúde, a educação, a segurança, são deixados de lado. Falta estrutura em todos esses segmentos e uma reforma política é mais que necessária”, constata o professor.
O ciclo de análises terminou com as falas dos(as) representantes da Confederação Sindical das Américas (CSA), Rafael Freire; da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Ariovaldo Camargo e Janeslei Albuquerque e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Milton Canuto sobre conjuntura sindical. “Não existe golpe democrático. Não fizeram golpe para criar diálogo com a população. O intenção é calar: quando o MBL vai nas escolas desocupar as escolas na calada da noite ou quando um grupo elitista se reúne para agredir a atriz Leticia Sabatella, para que ela se cale, o que eles querem é encerrar as vozes contrárias”, afirma Freire. O que a categoria está fazendo neste Congresso é, exatamente, promover o debate, fortalecendo a democracia dentro do Sindicato.
Os grandes eventos da APP-Sindicato trazem sempre análises de momentos políticos, econômicos e sociais para a categoria. Nesses espaços, os(as) trabalhadores(as) conhecem o panorama crítico de cada ação, lei ou atividade que afeta direta ou indiretamente a vida profissional e social dos(as) trabalhadores(as) e também o cotidiano das escolas. Para entender a dinâmica do Sindicato é fundamental refletir também sobre o contexto no qual a entidade está inserida.“A capacidade que teremos que fazer é lutar para não perdermos mais direitos e a nossa força é moral. É a certeza que estamos fazendo a coisa certa. Nós, como membros sindicais, temos a obrigação de falar sim, nos nossos locais de trabalho. Temos que ter a disposição de relatar, de contextualizar e de avaliar criticamente o momento em que vivemos”, conclui a representante da APP e da CUT, professora Janeslei Albuquerque
À noite, os(as) participantes têm um momento dedicado à cultura afro-brasileira em preparação para o 20 de novembro. O XII Congresso Estadual da APP continua nesta segunda-feira (14) com debate sobre a conjuntura estadual e trabalhos em grupos.