Programa completa 11 anos com análise sobre o papel do sindicalismo no fortalecimento da democracia
Promover a troca de ideias entre os(as) sindicalizados(as) e fornecer embasamento teórico para que os(as) educadores(as) desenvolvam em suas regiões as ações de promoção de uma sociedade igualitária e de uma educação pública emancipadora: esses são dois dos principais objetivo do Programa de Formação da APP-Sindicato. A etapa estadual do evento, que há 11 anos, faz parte da programação anual da APP, começou na manhã desta sexta-feira (04), em Curitiba. Professores(as) e funcionários(as) de escola participaram da abertura do Programa de Formação desenvolvido em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR).
O secretário executivo de Formação da APP, professor Paulo Sérgio Vieira, comenta sobre o tema central escolhido para a formação deste ano: Democracia, Estado e Educação Pública para quem?. “Por que essa pergunta? Porque a democracia está passando por um momento de destruição, justamente neste período histórico do país em que a nossa Constituição completa 30 anos. Nós, como sindicato, como APP, precisamos entender a política para melhor fazer a luta. Defender os direitos do(a) trabalhador(a) é compreender a política, para inserir o(a) trabalhador(a) dentro desse espaço político”, justifica.
“É muito importante ampliar o interesse das pessoas nos nossos núcleos sindicais para que a gente possa cumprir a tarefa de pensar a formação política sindical e cultural neste momento tão difícil que passa a sociedade brasileira”, diz o secretário de Formação da APP-Sindicato, professor Arnaldo Vicente. Ele ele lembrou que as inscrições já estão abertas – no site da APP-Sindicato e na sede dos núcleos regionais – para as turmas regionais do Programa de Formação. O curso terá cinco encontros e oferece certificado de 50 horas emitido pela UFPR, válido para avanço na carreira.
De acordo com a secretária Educacional da APP-Sindicato, professora Taís Mendes, os temas propostos refletem as políticas públicas educacionais que estão sendo implantadas nos últimos anos. “Temos que nos apropriar dessas questões para levar para as nossas escolas a visão da escola pública cidadã. É importante que essas questões cheguem até as escolas de forma mais clara”, afirma.
Segundo secretária Educacional da APP-Sindicato, professora Taís Mendes, medidas como a Base Nacional Comum Curricular e a Reforma do Ensino Médio causam impactos na vida da escola e fazem parte de um amplo processo de articulação que tem como objetivo o sucateamento, a mercantilização e a privatização da escola pública. “Entender esses aspectos é poder fazer resistência nos espaços escolares e fazer o contraponto diante de questões que são colocadas para a nossa sociedade e que nós educadores temos que dar essa resposta para os nossos alunos e para a nossa sociedade também. Os temas propostos refletem as políticas públicas educacionais que estão sendo implantadas nos últimos anos. Temos que nos apropriar dessas questões para levar para as nossas escolas a visão da escola pública cidadã. É importante que essas questões cheguem até as escolas de forma mais clara”, afirma.
A opinião é compartilhada pela participante da etapa estadual da formação e professora da rede estadual, Érica Camargo. “Para todos nós, trabalhadores(as) da educação, é importante participar desse programa de formação justamente para ampliar a nossa compreensão e conseguir levar esse debate para os nossos alunos e também para a comunidade escolar”, disse, lembrando a necessidade de, tanto professores quanto funcionários, se inscreverem para participar das etapas da formação que já estão sendo organizadas pelos núcleos sindicais.
Programa de formação da APP é referência – Para a secretária nacional da CUT, professora Janeslei Albuquerque, entender o papel dos sindicatos e a importância dos movimentos sociais tem sido o esforço em relação ao fortalecimento da democracia. “A agenda neoliberal não é legítima”, enfatizou durante sua fala. Ela também destacou que o programa de formação da APP-Sindicato é uma referência no Brasil pela sua existência há 11 anos e por oferecer muita consistência, muito conteúdo e um projeto de defesa explícita de um Estado público. “Um Estado público significa uma escola pública fortalecida, um sistema público de saúde fortalecido, direitos sociais respeitados, trabalhadores valorizados e respeitados. Tudo isso tem como consequência uma escola pública também valorizada e que as condições de trabalho para seus trabalhadores(as), professores(as), funcionários(as) e estudantes”.
Um dos coordenadores do programa, professor Marcos Ferraz (Minero), enfatizou a importância da iniciativa – realizada em parceria com a UFPR – que proporciona uma autonomia de classe dos profissionais da educação e concretiza um compromisso público da universidade na formação dos trabalhadores brasileiros. “Queremos uma classe trabalhadora consciente dos seus interesses, conscientes da sua importância política e capaz de lutar politicamente pelos seus interesses e pela construção de um mundo social, histórico, que atenda um parâmetro novo de igualdade”, afirmou.
Em sua fala, Minero também abordou contextos históricos de lutas vividos no Brasil e no mundo. “Nós passamos para a República, sem irmos para às ruas. Nós saímos de uma ditadura recente sem ter uma data para comemorar. É impossível precisar um dia ou evento, ao contrário de França com a Queda da Bastilha ou Portugal com a Revolução dos Cravos. Nossos políticos, representantes, no geral, carregam todos os vícios da nossa elite”, disse.