APP-Sindicato orienta categoria e comunidade contra retorno de atividades presenciais APP-Sindicato

APP-Sindicato orienta categoria e comunidade contra retorno de atividades presenciais

Em defesa da vida, Sindicato alerta que governador e secretário da Educação “lavam as mãos” e transferem riscos e responsabilidades para escolas e famílias

Em defesa da vida, APP-Sindicato orienta comunidade a rejeitar retorno das aulas neste ano - Foto: APP-Sindicato

A APP-Sindicato está orientando professores(as) e funcionários(as) da rede pública estadual a se organizarem com as comunidades contra o retorno de aulas presenciais em 56 escolas de 30 municípios, na próxima segunda-feira (19). A convocação foi determinada pelo governador Ratinho Junior e pelo empresário Renato Feder, secretário da Educação e do Esporte, para a oferta de atividades extracurriculares durante a pandemia.

O presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Silva Leão, destaca a preocupação da entidade com a vida dos(as) trabalhadoras(es), estudantes e suas famílias, diante dos riscos que a medida do governo oferece para aumentar os casos de infecção e mortes pelo novo coronavírus no estado.

“O governador e o secretário da Educação estão lavando as mãos e jogando toda a responsabilidade, se ocorrer contaminação por conta dessa movimentação, nas costas dos diretores de escola e nas famílias. Por isso, mantemos a deliberação aprovada em assembleia, de greve em defesa da vida, e nossa orientação para a comunidade é dizer não ao retorno das atividades presenciais neste ano”, explicou.

A secretária de Organização da APP-Sindicato, professora Tereza Lemos, acrescenta que muitas escolas da rede pública não têm estrutura para que o retorno ocorra com segurança. “O governo não tem investido na infraestrutura das escolas. Então não é possível que ele convoque as aulas neste momento, ainda que seja para aulas extracurriculares e em algumas regiões do estado”, comentou.

Municípios não estão preparados

Em uma carta, a APP-Sindicato cita o caso do estado do Amazonas, “onde quase 1/3 dos(as) professores foram contaminados(as)” pela de Covid-19 após a reabertura escolas durante a pandemia. O relato acrescenta fatos semelhantes ocorridos em países da Europa, que foram obrigados a fechar as escolas novamente para frear o aumento dos casos da doença..

A carta ainda traz dados de uma pesquisa da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime ), em que 60% dos municípios afirmam não estarem preparados para o retorno das aulas presenciais. “Se os municípios dizem que ainda não estão preparados para o retorno às aulas, como garantir as condições para o retorno de escolas nestes municípios?”, questiona. Clique aqui para ler a íntegra da carta.

Governo irresponsável

Em nota, a direção da APP-Sindicato também denuncia que o governo está agindo de forma irresponsável e descumprindo todos os protocolos instituídos para ocorrer a retomada de atividades extracurriculares de forma presencial.

O texto lembra que o governador não têm poder de reabrir as escolas estaduais sem a autorização do(a) prefeito(a) e conclama as autoridades locais a tomarem decisões para impedir “a morte de centenas de estudantes, trabalhadores(as) da educação e membros das comunidades”. Clique aqui para ler a íntegra da nota.

Trabalho triplicado

Desde o início da pandemia, os(as) professores(as) estão trabalhando em um sistema de ensino a distância. Implantado pelo governo sem diálogo com os(as) profissionais e a comunidade escolar, as medidas têm triplicado a jornada dos(as) docentes e excluído muitos estudantes que não têm acesso às tecnologias e internet.

Leia também: Professores(as) têm trabalho triplicado durante a pandemia e pouco apoio do governo

Mesmo tendo contrariedades sobre esse sistema, o presidente da APP-Sindicato entende que a melhor opção no momento é concluir o ano letivo de 2020 com essas aulas não presenciais. Hermes destaca a necessidade do governo reconhecer os erros e dialogar com os(as) educadores(as), pais, mães e estudantes para debater a forma adequada de retomada das aulas nas escolas em 2021.

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