APP-Sindicato luta contra o fechamento de escolas APP-Sindicato

APP-Sindicato luta contra o fechamento de escolas

Sindicato ouviu relatos de diretores(as), pedagogos(as) e familiares e cobrou da Seed a manutenção destes centros de ensino

Diante da ameaça do governo Ratinho Jr. em fechar escolas no Paraná a direção estadual da APP-Sindicato buscou ouvir representantes de cada uma das comunidades escolares que correm o risco de terem suas atividades suspensas no ano que vem. Na manhã desta segunda-feira(30), o  Sindicato recebeu e ouviu diretores(as), pedagogos(as), representantes dos Núcleos Sindicais e mães cujos(as) filhos(as) estudam nos colégios Bom Pastor, Manoel Ribas, Tiradentes, Zacarias, Barão do Rio Branco e Nilson Baptista Ribas.

A reunião, que durou até a metade da manhã, serviu para comprovar o que o Sindicato denunciou: a arbitrariedade com que escolas que são extremamente importantes em sua região estão sendo fechadas,  sem o menor diálogo com a equipe educacional, responsáveis e estudantes.

Na sequência, o grupo foi até a Secretaria Estadual de Educação (Seed), onde a APP havia agendado uma reunião com o diretor-geral, Elizandro Peres Frigo, para tratar do tema. “Fui notificada no dia 17 de setembro que a minha escola seria fechada e que meus professores teriam até as 17 horas daquela dia para se inscreverem no concurso de remoção. Não foi digno, não foi justo e não foi honrado o modo como isso aconteceu. Assumi o colégio, em 2015 com quase 500 alunos e, de lá para cá, ano a ano, nós perdemos incetivos e investimentos em uma série de programas. Perdemos o ensino de línguas, perdemos o nosso ensino médio noturno (mesmo tendo alunos para lotar salas) e perdemos nossas oficinas de contra turno. Hoje, tenho 180 alunos, e sinto revolta ao ouvir que vamos fechar por falta de estudantes porque eu sei que essa não é a realidade. Se o colégio perdeu matriculas foi porque o estado nos forçou a perder qualidade”, lamenta diretora do Colégio Estadual Zacarias, professora Raquel Arpini.

Glaucye Azevedo é mãe de uma estudante autista e encontrou na equipe pedagógica do Colégio Zacarias o apoio e segurança que precisa para a educação de sua filha. “O Zacarias foi o único colégio onde minha filha conseguiu se adaptar. Não só adaptar, a gente consegue ver evolução no aprendizado e no comportamento dela. Por favor, eu venho aqui implorar, não feche nossa escola”, pediu Glaucye.

De Rio Negro, no sudoeste do Estado, o professor Marcos Antônio Reway trouxe uma realidade semelhante sobre a necessidade de manter o seu Colégio funcionando. “No nosso colégio nós atendemos alunos de áreas carentes, alunos que trabalham no centro da cidade e que só encontram no nosso colégio a opção de cursar o ensino médio à noite. Se o nosso colégio fechar, esses estudantes não terão a menor condição de sair do trabalho e encontrar outro lugar com aulas”, salienta.

O presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Silva Leão, denuncia que o governo tem definido o fechamento de turmas e unidades escolares de forma autoritária, sem o necessário diálogo ou debate com a comunidade escolar e cobrou da Seed a suspensão da medida. “Se há escolas que a Seed considera que estão ociosas, então vamos confrontar os dados.  Porque a realidade que vemos é muito diferente do que aponta essa medida arbitrária. Estamos aqui para realizar debates e estudos sobre melhores condições de estudo e aprendizado, mas essas escolas precisam de ampliação, de investimentos e não de serem fechadas”, argumenta do presidente do Sindicato.

Do diretor-geral da Seed, o grupo ouviu que ele se compromete a marcar uma nova reunião “para o mais breve possível” com representantes do gabinete que tomaram a decisão de fechamento para analisar a situação de cada uma das escolas notificadas sobre o possível fechamento e manifestou apoio à revindicação da APP-Sindicato pelo funcionamento destas unidades.

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