APP-Sindicato intensifica luta pela reorganização das aulas na rede estadual

APP-Sindicato intensifica luta pela reorganização das aulas na rede estadual

Foi a primeira reunião totalmente on-line do Conselho Estadual da APP-Sindicato e contou com a presença de quase 200 representantes

Durante quinta e sexta-feira (11 e 12), o Conselho Estadual da APP-Sindicato reuniu-se para debater e avaliar novos encaminhamentos, que deverão ser apresentados para a categoria. Além de discutir propostas, dirigentes sindicais e conselheiros(as) debateram a atual conjuntura, focando principalmente na influência da pandemia na educação pública e nas condições de trabalho. A reunião foi feita em uma plataforma on-line, respeitando as regras de isolamento social.

Entre os principais temas debatidos estão as aulas não presenciais. Todos(as) os(as) representantes relataram as dificuldades de acesso por parte dos(as) estudantes e a pressão sofrida por professores(as), funcionários(as), diretores(as) e pedagogos(as) para fazer funcionar uma proposta que não atende a população. “Não tem aprendizagem num modelo excludente como esse, ainda mais com tanta pressão sobre os educadores e educadoras”, afirmou Hermes Leão, presidente da APP-Sindicato. O Conselho Estadual aprovou uma campanha em defesa da educação pública e a luta pela reorganização das aulas na rede estadual, respeitando sempre a autonomia das escolas e a gestão democrática. 

Entre outros pontos debatidos estão a defesa dos(as) funcionários(as) de escola com uma campanha pela revogação da lei que extinguiu os cargos de agentes educacionais, a previdência dos(as) servidores(as) com foco na redução da alíquota aprovada na Reforma da Previdência em dezembro de 2019, a questão da saúde dos(as) trabalhadores(as) em períodos de pandemia contra as medidas da perícia médica e a luta pela igualdade racial. 

Além do debate sobre os principais eixos, o Conselho aprovou o “Manifesto Por uma Educação Humanizadora e Em Defesa da Vida”, documento que enfatiza o posicionamento do Sindicato contra o modelo de Ensino a Distância (EaD). Na carta, a APP-Sindicato destaca que a educação precisa de uma reorganização, levando em consideração a garantia da educação e aprendizagem, condições de trabalho para educadores(as), autonomia para avaliar o calendário e o fim da pressão contra os(as) trabalhadores(as). O Manifesto será divulgado na próxima semana.

Campanhas e mobilizações

No decorrer da reunião, foram decididas novas campanhas e mobilizações voltadas para os pontos debatidos. Foram apresentadas propostas de mobilizações voltadas para a valorização dos(as) funcionários(as) de escola, principalmente por conta da ameaça do governo Ratinho Jr. (PSD) da extinção e privatização do cargo. Entre os motes estão: “Carreira importa, não à terceirização”“Na educação estão nos matando, quem perde é a Sociedade”.

Outra mobilização debatida foi a luta pela retirada da alíquota para aposentados(as) da educação, adaptando a contribuição conforme o teto, como já era feito. Já na questão de saúde, o Conselho definiu a denúncia do modelo de Tele-atendimento feito pelo Sistema de Saúde ao(à) Servidor(a). Já nas finanças, os(as) conselheiros(as) debateram a falta de transparência nas contas públicas e definiram a luta pela visibilidade dos dados financeiros do Estado. Na ocasião, as direções sindicais apresentaram também a sugestão de nomes para representar a APP-Sindicato no Conselho do Magistério. Para titulares foram indicados o Professor Osvaldo Alves Araujo e Professora Tereza Lemos e para suplentes Professora Claudia Gruber e Professor Ralph Wendpap.

Sobre o eixo de luta pela Igualdade Racial, o Conselho aprovou um manifesto declarando o posicionamento do Sindicato frente à luta antirracista. O documento pode ser acessado na íntegra aqui.

A luta não para, mesmo na Pandemia

Utilizando novas ferramentas, a direção estadual da APP-Sindicato decidiu convocar o Conselho Estadual, composto por representantes de todo o Estado, para debater os desafios e ouvir as denúncias e propostas da categoria. “Foi um momento importante, apesar de não poder ser presencial”, contou a professora Tereza Lemos, secretária de organização do sindicato. Ela relata que as pessoas conseguiram participar integralmente da reunião, apesar da “novidade”. 

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