APP-Sindicato: há 71 anos promovendo o respeito e a valorização dos(as) professores(as)

APP-Sindicato: há 71 anos promovendo o respeito e a valorização dos(as) professores(as)


O dia 30 de agosto de 1998 entrou para história porque o então governador Álvaro Dias colocou a polícia armada e cavalaria para impedir manifestação por direitos de melhoria na carreira (FOTO: Acervo)

Uma sociedade com mais igualdade e direitos para todos(as) passa, fundamentalmente, pelo direito a uma educação pública de qualidade. A APP-Sindicato dedica-se para que, em todo Paraná, os(as) educadores(as) tenham boas condições de trabalho e que sejam valorizados(as) pelo ensino com maestria. Tão importante quanto o reconhecimento é o espaço de debate e luta para uma sociedade melhor.

Ao longo dos 71 anos de trajetória, foram incontáveis mobilizações, marchas e greves, mesmo durante o período de ditadura militar. Uma das principais marcas da APP foi e tem sido a resistência e enfrentamento às políticas neoliberais, que promovem a exclusão social.

A APP-Sindicato começou quando, em 1947, um grupo educadores(as) do Colégio Estadual do Paraná (CEP) e do Instituto de Educação (IE) criaram a Associação dos Professores do Paraná (APP). Em 1989, a democracia dava seus primeiros passos no país e os(as) trabalhadores(as) ganharam o direito de organizarem-se em Sindicatos,  a entidade mudou o nome, passou a se chamar APP-Sindicato.

A história da APP funde-se com a história do Paraná . A conquista da Lei do Magistério, em 1949 e a corajosa resistência – na década de 90 – aos ataques promovidos contra os(as) servidores(as) pelos governos neoliberais de Jaime Lerner e Fernando Henrique Cardoso são marcas históricas de como o Sindicato interfere positivamente na carreira dos(as) professores(as). Recentemente, o 29 de abril de 2015 e os ataques de Beto Richa (PSDB) e Michel Temer (PMDB), novamente, colocaram as ações de embate da APP no centro do noticiário mundial. A batalha do 30 de agosto de 1988 e o Massacre do Centro Cívico são marcas históricas de que a tirania dos governos  ultrapassa os limites dos ataques morais e à carreira.

Muitas batalhas, mas também muitas vitórias – Um dos resultados mais expressivos da força de unidade e mobilização da categoria foi, em 2004, a aprovação do primeiro Plano de Carreira do Magistério. Uma conquista histórica da categoria, que há anos vinha enfrentando à duras penas uma profissão que, apesar de gratificante, era pouco valorizada. O salário era pequeno e não havia espaços para progredir, a carreira de professor era estagnada.

A professora aposentada Maria Adelaide Mazza Correia participou do processo de lutas que antecederam esta conquista e relembra “Ingressei no Magistério na década de 70 e, logo em seguida passei a participar das atividades da APP, que era uma associação. Tudo o que eu consegui obter dentro da carreira foi pela luta da APP. O Sindicato foi decisivo para termos um Plano de Carreira”, rememora.

A professora Walkiria Olegário Mazeto integra o quadro de dirigentes estaduais da APP-Sindicato, está a frente da Secretaria de Finanças. Ela também estava na escola na época da aprovação do Plano e compara as carreiras de antes e depois deste marco. “O primeiro grande impacto do Plano de Carreira foi a correção salarial. Vínhamos de 10 anos sem reajuste. O Plano constituiu e reorganizou a trabalho e a remuneração dos professores e abriu possibilidades para conquistas como o PDE”, relembra a professora.

Em 2004, Walkiria tinha acabado de ingressar no Quadro Próprio do Magistério (QPM) do Estado do Paraná. De lá para cá, a insistência do Sindicato, a união da categoria e o cumprimento das leis fez melhorar a carreira dos(as) professores(as). “De imediato tivemos um reajuste de quase 30% nos salários e isso teve um impacto muito positivo nas escolas. Outra grande conquista foi o direito a ter tempo para estudar e também o tempo para mestrado e doutorado”, menciona Walkira ao salientar a perspectiva que o Plano de Desenvolvimento Educacional (PDE) trouxe aos professores e professoras.

A APP construiu um histórico de defesa da educação pública que, por si só já é extraordinário. Mas o Sindicato vai além, assumindo o protagonismo e apoio às grandes lutas da sociedade contemporânea que interferem direta e indiretamente nas escolas como o direito à democracia, o direito de igualdade mulheres, a valorização da cultura afro e dos(as) negros(as), bem como dos(as) trabalhadores(as) rurais e do combate à LGBTfobia. O resultado dessa atuação é um reconhecimento, em nível nacional, da importância civil, social e política quinto maior sindicato do Brasil.

As conquistas são gradativas e ainda há muito que lutar: reconquistar a hora-atividade, as liberações para licenças e cobrar aplicação das leis que garante o reajuste salarial e o pagamento do índice da inflação são algumas das revindicações que hoje afligem a educação. A resistência ao desmonte de carreira, novamente, deu o tom das ações e manifestações do Sindicato.

Professor e professora, a APP-Sindicato tem orgulho em fazer parte da sua história e em ter você lutando conosco.  A sua dedicação e unidade faz a força da APP. Juntos(as), seguiremos incansáveis na defesa de uma educação pública de qualidade!

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:: A APP-Sindicato e a conquista dos(as) funcionários(as)

 

Relembre algumas conquistas dos(as) professores(as):

  • Regime Estatutário, garantindo carreira e maior estabilidade profissional;
  • Instituição do cargo único de professor(a);
  • Isonomia entre aposentados(as) e professores(as) da ativa;
  • Gratificações por 20 horas;
  • Gratificação de período noturno;
  • Todas as gratificações incorporadas para cálculo de aposentadoria;
  • Auxílio transporte;
  • Aulas extraordinárias pagas de acordo com nível e classe da carreira;
  • Possibilidade do professor(a) e pedagogo(a) alterar o padrão de 20 para 10 horas semanais;
  • Regulamentação da hora-aula;
  • Estruturação da carreira em 6 níveis e 11 classes;
  • Promoções e Progressões;
  • Enquadramento;
  • Licença Especial e Licença sem vencimento;
  • Estágio probatório;
  • Licença para mestrado;
  • Férias (30 dias de férias e 30 dias de recesso remunerado);
  • PSS com salários calculados a partir da tabela de vencimento do plano;
  • Plano de Desenvolvimento Educacional (PDE);
  • Concurso Público;
  • Hora-atividade de 20% da carga horária ;
  • Data-base em junho para todos os(as) servidores(as) públicos(as) estaduais.

 

Pelo que lutam os(as) professores(as) agora em 2018? 

  • Reajuste data-base.
  • Cumprimento do reajuste do PSPN.
  • Revogação dos itens ilegais da resolução 15/2018 (distribuição de aulas): contra a redução da jornada de hora-atividade e ataque às licenças legais.
  • Correção da redução dos salários dos professores(as)PSS, pagamento pela maior habilitação, atendimento à saúde.
  • Pagamento do salário mínimo regional para os(as) funcionários(as) que recebem abaixo do atual valor (R$ 1.293,60).
  • Equiparação do auxílio-transporte dos(as) funcionários(as) ao que é recebido pelos(as) Professores(as) (cargos de 40h).
  • Reajuste do vale alimentação para os funcionários(as),
  • Posse dos(as) aprovados(as) no concurso do magistério de 2013.
  • Concursos públicos para professores(as) e funcionários(as).
  • Retirada das faltas de greve e dos processos de punição.
  • Contra o assédio moral e adoecimento.

 

 

 

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