A direção da APP-Sindicato reiterou nesta sexta-feira (11) a cobrança para que sejam retiradas da resolução de distribuição de aulas os itens que punem os(as) professores(as) que se ausentaram do trabalho por motivo de saúde.
A resolução referente ao ano letivo de 2019 ainda não foi publicada oficialmente, mas o Sindicato teve acesso a minuta e pediu que o documento não seja publicado até que o direito dos(as) trabalhadores(as) seja respeitado.
“Não podemos aceitar essa forma de tratamento desumana, excludente e discriminatória que transforma o direito legal do professor cuidar da sua saúde em uma punição”, comentou o presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Leão.
Desde 2017, o governo passou a incluir atestados médicos e outras licenças legais entre os critérios que são pontuados de forma negativa para realizar a distribuição de aulas extraordinárias. Com a decisão, os(as) profissionais têm sido obrigados(as) a negligenciar os cuidados com a própria saúde para não serem prejudicados(as) no processo.
De acordo com o dirigente, o debate sobre o tema havia sido superado. O fim dessas maldades foi anunciado pelo governo no último dia 30 agosto, durante mobilização estadual organizada pelo Sindicato.
Hermes destaca ainda que o atendimento da reivindicação não tem impacto financeiro para o Estado e que o Sindicato não vai abrir mão dos direitos dos(as) trabalhadores(as). “Eles não podem ser punidos por ficarem doentes”, justificou.
No documento entregue ao secretário da Educação, a APP-Sindicato também pede a retomada da hora-atividade nos termos da legislação. A previsão é de que uma nova reunião entre governo e Sindicato aconteça no início da próxima semana.
Sem carinho – “Sinto raiva de mim mesmo por ficar doente e precisar me afastar”. O desabafo é de um professor da rede pública estadual, um dos personagens de uma reportagem especial produzida pelo site de jornalistas independentes Parágrafo 2.
“Ao mestre, sem carinho” é o título principal da matéria. O texto traz números e depoimentos que ilustram as dificuldades dos(as) professores(as) paranaenses e o enfrentamento da APP-Sindicato na luta pelos direitos dos(as) trabalhadores(as).