APP-Sindicato e educadores(as) do Paraná celebram os 103 anos de nascimento de Paulo Freire

APP-Sindicato e educadores(as) do Paraná celebram os 103 anos de nascimento de Paulo Freire

Ouvir atentamente e aplicar dedicadamente suas recomendações é a melhor maneira de homenagear o mestre nesta data

A APP-Sindicato e os(as) educadores(as) do Paraná celebram nesta quinta-feira (19) os 103 anos de  nascimento de Paulo Reglus Neves Freire. Falecido em 1997, Paulo Freire é oficialmente o patrono da educação brasileira desde 2012. Ouvir atentamente e aplicar dedicadamente suas recomendações é a melhor maneira de homenagear o mestre nesta data. 

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Quase três décadas depois de sua morte, o legado de Paulo Freire continua a ser uma referência central para as lutas contemporâneas. Um dos pensadores mais notáveis da pedagogia mundial, ele nos apresentou a sala de aula como espaço de diálogo, com uma educação capaz de ouvir as pessoas, discutindo a realidade com a perspectiva de mudá-la.

Para Freire, a educação é ato de amor e coragem, sustentada no diálogo. A análise do texto “Construindo a Educação Pública Popular” possibilita conhecer melhor as propostas dele quando assumiu o comando da Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura de São Paulo, em 1989. Todas continuam válidas, especialmente nesse momento em que a escola pública paranaense enfrenta os ataques autoritários e privatistas do governo Ratinho Jr.

“A qualidade dessa escola deverá ser medida não apenas pela quantidade de conteúdos transmitidos e assimilados, mas igualmente pela solidariedade de classe que tiver construído, pela possibilidade que todos os usuários da escola – incluindo pais e comunidade – tiverem de utilizá-la como um espaço para a elaboração de sua cultura”, ensina Freire.

A participação democrática das comunidades escolares é outro ponto importante na educação, ressalta o mestre: “Não devemos chamar o povo à escola para receber instruções, postulados, receitas, ameaças, repreensões e punições, mas para participar coletivamente da construção de um saber”.

Esse saber construído deve ser instrumento de luta, transformando o educando em sujeito de sua própria história. “A participação popular na criação da cultura e da educação rompe com a tradição de que só a elite é competente e sabe quais as necessidades e interesses de toda a sociedade. A escola deve ser também um centro irradiador de cultura popular, à disposição da comunidade, não para consumi-la, mas para recriá-la”, escreve Freire.

A escola é também um espaço de organização política das classes populares, um centro de debates de ideias, onde a organização popular vai sistematizando sua própria experiência. “O filho do trabalhador deve encontrar nessa escola os meios de auto-emancipação intelectual independente dos valores das classes dominantes. A escola não é só um espaço físico. É um clima de trabalho, uma postura, um modo de ser”, anota o educador.

Paulo Freire propõe que a escola seja um lugar de trabalho, de ensino e de aprendizagem, um lugar em que a convivência permita a cada um estar continuamente se superando. “Sabemos que a educação não pode tudo, mas pode alguma coisa. Sua força reside exatamente na sua fraqueza. Cabe a nós pôr sua força a serviço de nossos sonhos”, ensina o mestre.

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