Mesmo sem uma previsão de retorno à normalidade, já que o isolamento social continua sendo a melhor forma de evitar a contaminação pelo Covid-19 (Coronavírus), escolas particulares e empresários(as) do ramo da educação tentam realizar um movimento de volta as aulas presenciais.
De acordo com um levantamento da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), apresentado em uma reportagem da Revista Carta Capital, cerca de 11 estados têm propostas para retomada das atividades, entre eles: Acre, Alagoas, Distrito Federal, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande de Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo.
No Rio, uma campanha do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Rio de Janeiro (Sinepe-Rio), gerou revolta por parte de educadores(as) por pedir a volta às aulas. No vídeo, veiculado nas redes sociais desde domingo (26), a organização afirma que as unidades de ensino privado estão preparadas para a retomada de aulas, ignorando a recomendação da OMS pelo isolamento social. A situação se mostra mais absurda por conta dos dados do Coronavírus no Brasil, que segue descontrolado e sem políticas públicas efetivas para conter a disseminação.
No Paraná, o governo estadual e a Secretaria de Estado da Educação (Seed), já afirmaram que não existe uma previsão de retomada de atividades. A secretária de Finanças da APP-Sindicato, Professora Walkiria Olegário Mazeto, conta que um Comitê de Volta às Aulas foi instaurado no estado, com o objetivo de debater as condições de retorno. A secretária destaca também que o retorno significa colocar em circulação mais de dois milhões de pessoas que hoje estão em isolamento social, sejam estudantes ou trabalhadores(as) da educação e que o sindicato é contra o retorno no período da pandemia.
“Apresentamos também a preocupação da construção coletiva de vários protocolos que organizarão o retorno das aulas, quando ocorrer. Nós indicamos que não há previsão de retorno nesse ano, pois as condições que vão dizer isso são sanitárias e epidemiológicas – e ainda não as temos”, conta a secretária, que também integra o Comitê.
A APP-Sindicato segue reafirmando seu posicionamento contra a volta às aulas presenciais, destacando que a preocupação e a defesa pela saúde e segurança de todos(as) é mais importante que qualquer tentativa de retorno. O tema foi debatido no Programa Pedagogos(as) em Foco no dia 29 de julho, confira na íntegra abaixo:
Pais são contra retorno
Em uma matéria publicada pela Carta Capital no dia 29 de junho, a revista apontou que 76% dos brasileiros acreditam que as escolas devem permanecer fechadas nos próximos dois meses devido à pandemia do coronavírus. A pesquisa ouviu 2.016 pessoas de todo o país, por telefone, na terça-feira 23 e na quarta 24 e a defesa pela não retomada das atividades escolares se deu em todos os recortes analisados, gênero, idade, cor, renda mensal e região.
Apesar da maioria da população (52%) ser favorável à retomada do comércio, apenas 21% defende a reabertura das escolas no contexto da pandemia. Entre as pessoas que têm renda familiar de até 2 salários mínimos, 77% defendem a continuidade do fechamento das escolas. Entre os que ganham mais de 10 salários mínimos, são 73%.