APP-Sindicato denuncia aula com teor racista e cobra formação sobre o tema para profissionais da educação

APP-Sindicato denuncia aula com teor racista e cobra formação sobre o tema para profissionais da educação

A APP-Sindicato encaminhou um ofício solicitando a retirada do material, que perpetua uma visão racista

Foto: Arnaldo Alves/ANPr

No último dia 4 deste mês, uma aula de língua portuguesa gerou repúdio por parte do movimento negro. Na ocasião, o material presente na atividade foi publicado na plataforma online e trata de uma interpretação de uma figura de uma mão negra algemada, com  símbolos de um cifrão e de grandes marcas de produtos que são consumidos.

Entendendo que o teor da imagem não se aplica ao objetivo do conteúdo, que segundo a professora é uma crítica ao consumismo, a APP-Sindicato encaminhou um ofício à Secretaria de Estado da Educação (Seed) solicitando a retirada da aula da plataforma virtual. A Secretaria de Promoção de Igualdade Racial e Combate ao Racismo enfatiza que uma coisa é o processo de escravização do povo negro, que não se deu espontaneamente e sim de forma desumanizadora e violenta, outra coisa é o processo de dependência ao consumismo imposta pelo processo de acumulação capitalista.

Luiz Carlos dos Santos, secretário da pasta, enfatiza que é preciso entender como o racismo se estrutura na sociedade, para que assim o tema possa ser discutido corretamente, sem reproduzir um ideal racista e ofensivo, que ajuda a perpetuar a mentalidade preconceituosa. “O racismo é estruturante de nossa sociedade, e as práticas racista são cotidianamente ensinadas e reproduzidas em nossa sociedade. As leis 10639/03 e 11645/08, surgem, a partir da pauta do movimento social negro para que a história e a cultura do povo negro e indígena sejam inseridas no currículo escolar, na perspectiva de uma educação não racista. Se faz urgente a implementação dessas leis”.

O secretário aponta ainda para a necessidade  a necessidade da formação continuada acerca das referidas leis. “ De posse desse conhecimento os(as) professores(as) evitariam cometer esses erros absurdos. Após 17 anos dessa lei, não dá para um(a) professor(a) alegar desconhecimento de práticas racistas .Reforçamos aqui a necessidade da formação continuada acerca das referidas leis”, explica Luiz Carlos.

A APP-Sindicato destaca também que o governo, através da Seed, precisa retomar os processos formativos, pois erros como este demonstram a necessidade de investir em políticas educativas de combate ao racismo e promoção da igualdade racial. O Sindicato reforça ainda que eventos como o encontro do Fórum Permanente de Educação e Diversidade Étnico Racial do Paraná (FPEDER) e com a formatação das equipes multidisciplinares, a educação pode alcançar um grande avanço no debate da questão racial. 

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