Para os(as) pedagogos(as) a conquista veio em 2004: ter o trabalho equiparado à função do(a) professor(a) e, portanto, com a jornada de trabalho baseada na contagem em hora-aula, conforme assegurado por lei. No entanto, este ano, o governo do Estado decidiu ignorar o direito adquirido e alterou o tempo de permanência do pedagogo(a) na escola. A carga estendida não tem contrapartida financeira, pelo contrário, em muito se assemelha à medida punitiva do governo Beto Richa (PSDB) quando retirou parte da hora-atividade dos(as) professores(as), aumentando assim a sobrecarga de trabalho.
Por isso, a APP-Sindicato vem revindicando publicamente que o direito da categoria a contagem de trabalho em hora-aula – que já é assegurado por lei – seja cumprido no Paraná. Hoje (19), um ato público em frente ao Palácio Iguaçu denuncia a sobrecarga de trabalho de professores(as) e pedagogos(as) nas escolas da rede estadual. O deputado líder do governo na Assembleia, Hussein Bakri, mediou uma mesa de negociação entre o Sindicato e representantes da Secretaria de Educação afim de resolver a questão.
Em defesa da categoria, além da Legislação, o Sindicato levou casos de professoras e pedagogas que estão no ápice da exaustão física e mental e alertou o impacto dessas medidas na escola. “Lamentamos profundamente que a organização pedagógica passe por esse viés de punições e retirada de direitos históricos. Pedimos que o governo cumpra a lei e que retome a compressão que já havia na organização escolar até pouco tempo atrás.”, solicitou o presidente da APP.
A secretária de Finanças da APP alerta que foi retirada a autonomia de organização das escolas. “A medida não tem impacto financeiro e não aumenta o número de pedagogos na escola. Ela desorganiza e sobrecarrega quem já está fazendo o seu trabalho”, salienta ao mencionar a carga adicional na jornada das pedagogas. APP reivindicou o apoio do deputado junto ao Legislativo para retornar a jornada desses profissionais para a contagem em hora-aula
“Na hora em que eu digo que o pedagogo terá uma jornada maior que a do professor em sala eu descumpro a lei. Uma lei que na época foi aprovada por unanimidade nesta assembleia. Você aumenta um dia de trabalho e não remunera a mais. Isso é terrível para quem já esta com seu salário congelado há mais de três anos”, defendeu o deputado estadual Professor Lemos.
Enquanto a reunião acontecia, os demais representantes da categoria dividiram-se pelos corredores e andares da Assembleia para entregar, de gabinete em gabinete, uma carta solicitando apoio aos(às) educadores(as).
O próximo passo – O líder do governo mostrou-se favorável à revindicação da APP e reforçou que a política de diálogo e respeito deve ser mantida nesta gestão. O deputado afirmou que essa é uma decisão muito mais administrativa do que financeira e solicitou aos representantes da Seed que levassem ao secretário de Educação Renato Feder a proposta da APP.
Agora à tarde, a categoria segue em mobilização na Alep. Os(as) educadores(as) acompanharão a sessão parlamentar desta terça (19).
Participaram da reunião, pela Seed: Graziele Andriola, chefe do Grupo de Recursos Humanos Setorial; Moacir Gomes da Silva, diretor geral; Raph Gomes Alves, superintendente; Henrique Di Luca assessor do gabinete do secretário. Os deputados estaduais Professor Lemos (PT) e Hussein Bakri (PSD). Representando a APP-Sindicato, Hermes Leão, presidente; Walkiria Mazeto, secretária de Finanças, Aline Carrissimi, coordenadora estadual do departamento de Pedagogas(os), Vanda do Pilar Santana, secretária geral e professoras, pedagogas e readaptadas de diferentes regiões do Paraná.
:: Veja aqui a transmissão com os informes da reunião.