APP realiza neste sábado (01), em Curitiba, II Seminário Estadual de Pedagogos(as) APP-Sindicato

APP realiza neste sábado (01), em Curitiba, II Seminário Estadual de Pedagogos(as)


Foto: APP-Sindicato

Hoje, em pleno sábado (01), o II Seminário Estadual de Pedagogos(as) movimenta a sede da APP-Sindicato, em Curitiba (PR), durante o dia. Os(as) pedagogos(as) participaram atentos(as) e interessados(as) com a programação, que envolveu palestras com estudiosos(as) da área da educação.

Da educação básica às universidades responsáveis também pela formação dos(as) pedagogos(as). Muitas vezes a sociedade não entende e não tem a dimensão sobre a função de um(a) pedagogo(a) na escola. Como disse a secretária de finanças da APP-Sindicato e vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), professora Marlei Fernandes, “queremos nos aposentar numa perspectiva de conseguir viver bem e não com a PEC da Morte. Hoje é o início de um trabalho que pretendemos apresentar uma formulação de continuidade e sair de forma organizada. A luta não pode parar, seja na ativa ou na aposentadoria”.

Na ocasião, a professora Marlei fez uma apresentação das Atribuições dos(as) Pedagogos(as), conforme Editais 37/2004, 10/2007 e Edital 13/2017. A pauta é extensa, tarefas com muitas atividades que se desdobram. Afinal, a rotina pedagógica é ampla e de muita responsabilidade. Atenção chamada para a diferença entre a política pedagógica e o projeto pedagógico.

Do agradecimento pela presença de todos(as) para a conjuntura real e política, o presidente da APP, pedagogo e professor Hermes Leão, falou sobre o período desafiador brasileiro. “Sabemos dos esforços de cada um para estar aqui, ainda mais que é final de semestre. Ontem, participamos da greve e sabemos das dificuldades das categorias. No nosso caso, uma mobilização em um calendário que está intenso, principalmente de quatro anos para cá. É um grau de exigência de lutas e mobilizações que precisamos compreender. O tempo não dá trégua. Nosso país é desafiador. Temos que continuar conversando com a categoria e também com pais, mães, responsáveis e estudantes”.

A abertura do Seminário também contou com a fala de Andrea Gouveia, pedagoga, professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), ao exemplificar a profissão dos(as) pedagogos(as) e da sua formação. Outra explicação importante sobre a Anped, que compõe junto com a CNTE, o Fórum Nacional de Educação, e a dissolução desse Fórum, após o decreto do Ministério da Educação (MEC). “As entidades de defesa das escolas públicas não aceitam participar de um Fórum que desrespeita a possibilidade de múltiplos olhares sobre a educação. A grande questão, especialmente, aconteceu por divergências e desrespeito à gestão democrática. O Fórum tem que ser um lugar de debate, porém, o estabelecido foi um Fórum alinhado à política do Ministério, com viés de privatização. Assim, essas entidades se reuniram e organizaram o Fórum Nacional Popular de Educação”.

Papel dos(as) pedagogos(as) e a cultura brasileira – O secretário de Assuntos Jurídicos da APP e coordenador nacional do Departamento de Especialistas (DESPE) da CNTE,  professor Mario Sergio de Souza, preocupa-se com a disputa de poder nas escolas, que também reflete a nível nacional. “No Paraná, superamos e muito essa cultura sobre o papel do pedagogo na escola. Nesse momento da conjuntura, a intolerância está prevalecendo. Paciência para trabalhar os conflitos para qualquer motivo e não apenas reproduzir o papel punitivo do Estado. E sim, superar com medidas pedagógicas os conflitos. Queremos uma escola fraterna, em que um ajude o outro, e no local de trabalho estar feliz dentro das escolas. Estamos vivendo um momento em que a sociedade conseguiu se dividir. Avançar no processo social e pedagógico”.

Palestras aproximam a categoria por se enxergar nos exemplos citados. A troca de informações e experiências de quem luta pela qualidade da educação.

“Economia, política e valorização dos profissionais da Educação” O palestrante Marcos Ferraz, sociólogo e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), trouxe o tema contextualizando e mostrando alguns reflexos na conjuntura atual. “Entender mais do que são as relações de trabalho. É impossível pensar na escola sem um grau de burocratização necessária, afinal, as escolas têm que funcionar como uma grande estrutura e não só por vontade própria. Temos que ter um compromisso com o restante da sociedade. O processo educacional produz o cidadão”.

“O Estado Burguês e a Burocracia” – A palestrante e pedagoga, Cristhyane Ramos Haddad, apresentou, entre outros tópicos, temas que envolvem as políticas para o trabalho dos(as) pedagogos(as) no Paraná, de 2004 a 2015. “Momentos como o Seminário da APP são fundamentais para a nossa categoria, ou seja, de todos os trabalhadores da educação. Por meio das discussões e dos debates coletivos podemos aprimorar a questão da nossa conscientização e da importância do nosso trabalho enquanto intelectuais orgânicos. No meu caso, foi fundamental poder apresentar os dados da minha pesquisa de doutorado e ver a receptividade dos colegas pedagogos”.

“Atribuições dos Pedagogos e Registro de Classe On-line” – A palestrante e pedagoga Aline Chalus Vernick Carissimi, iniciou a sua apresentação com o seguinte questionamento: quem não conhece o famigerado Registro de Classe On-line (RCO)? “O RCO é instrumento moderno e uma revindicação dos professores mesmo, nos últimos anos. Porém, ele ainda sofre com falta de infraestrutura e os pedagogos sentem mais a burocratização do RCO em aumento da demanda de trabalho”. Aline Carissimi salienta a importância desse Seminário para debater o trabalho e a pauta de reivindicação dos(as) pedagogos(as). “Passamos por momentos muito difíceis e delicados nesse momento, que exige que a gente se reorganize coletivamente para garantir os direitos históricos que os pedagogos conquistaram. A organização do Seminário é para reafirmar esses direitos”.

Para fechar o ciclo de palestras, a pedagoga Elisane Fank, falou sobre o trabalho realizado enquanto esteve na Coordenação de Capacitação dos Profissionais da Educação (CCPE), da gestão do governo Requião (PMDB). “Quero destacar a importância do Seminário como um dos únicos e principais momentos que tivemos na contramão da atual gestão do governo Beto Richa, até por conta da total fragmentação e desmonte do trabalho pedagógico na escola, que é expressado pela total ausência de formação dos pedagogos. O Seminário vem na possibilidade de nos fortalecer. Até porque construímos essa unidade na gestão anterior do Estado do Paraná. Nós, professores de escolas públicas, compúnhamos o quadro de gestão e entendendo a concepção de um profissional intelectual orgânico que pensa na sua prática pedagógica e, ao mesmo tempo, seja gestor escolar. Importante também é que pudemos retomar o aspecto histórico e legal da hora-aula do pedagogo, que expressa a isonomia da categoria. Somos a mesma categoria, somos professores e, portanto, devemos usufruir dos mesmos direitos e está previsto na Lei do Estatuto do Magistério. É um momento de reafirmar as conquistas que já tivemos”.

Com intervalos e espaço aberto para a interação, a participação e a manifestação de todos(as) os(as) presentes, o Seminário foi concluído com saldo positivo e muitas reflexões para aproximar a teoria à prática pedagógica.

Será criado um e-mail da APP para que as avaliações sobre o Seminário sejam enviadas. Em breve estará disponível na página institucional.

Chamada para mais um evento da APP. A participação de todos(as) é importante, pois em conjunto e parceria os resultados são mais eficazes.

28 e 29 de julho – 7ª Conferência Estadual de Educação da APP

 

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