As ameaças feitas pelo governador Beto Richa contra a nossa categoria em vez de nos intimidar tem, na verdade, provocado o efeito oposto: estimulado a união e resistência. Hoje (15), no período da tarde, centenas de diretores(as) e diretores(as)-auxiliares das escolas da rede estadual de ensino participaram de uma reunião na sede do sindicato, em Curitiba. O objetivo foi avaliar todas as medidas de intimidação que o governo estadual tem tomado contra a greve da Educação. Além disso, os(as) dirigentes da APP-Sindicato e advogados do Departamento Jurídico da entidade reiteraram a orientação anterior: que os diretores e diretoras de escola não enviem aos seus Núcleos Regionais de Educação (NREs) as faltas dos(as) educadores(as).
“Os diretores estão indignados e revoltados. A gente percebe, pelos relatos, o grau do assédio moral que está sendo implementado contra o nosso pessoal. Isto tem causado, inclusive, adoecimento de vários colegas”, relatou o presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Silva Leão. Segundo ele, a ofensiva do governo não tem dado frutos. “Nós devemos permanecer unidos e firmes na greve. O governo está atacando o direito de greve, em desrespeito a Constituição Brasileira. Os diretores de escola não são cargos de confiança do governo, muito menos comissionados. São colegas em função de direção. Deve ser garantido o direito de livre manifestação e participação na greve”, afirmou, complementando que o governador tem que aprender a respeitar a democracia.
De acordo com o diretor J.A.B., que atua em Curitiba, a unidade que dirige não vai desistir da luta. “A escola está totalmente parada e não poderia ser diferente. A comunidade comprou a ideia, está ao nosso lado e entende. Apesar da preocupação com os filhos, eles não estão atribuindo os prejuízos aos professores ou à escola, mas, na verdade, sabem que é intransigência do governo. Eles estão acompanhando pela imprensa e estão percebendo realmente que parece ser de caso pensado o que o governo está fazendo de jogar professor e escola contra a comunidade”, afirmou. “Estamos firmes e fortes. A gente sabe muito bem que o que está acontecendo não é nada novo, já era esperado. É preciso ter consciência de que, quanto maior for a agressão e intransigência, maior tem que ser a nossa união”, enfatizou.
A mensagem dada aos diretores e diretoras é que a greve continua. “E que é muito importante que os educadores que são diretores de escola permaneçam no movimento. Nós não aceitamos assédio, não aceitaremos qualquer processo administrativo. E qualquer medida dessa natureza que porventura o governo concretize, nós faremos toda a defesa jurídica”, afirmou Hermes. Para a diretora auxiliar S.B., que trabalha em uma escola em São José dos Pinhais, a reunião foi fundamental. “Há um sentimento de preocupação com o desfecho de toda esta situação. Mas o bom é que estamos, todos, falando a mesma língua. E saber que temos um sindicato forte, que nos representa e nos mantém informados sobre os nossos direitos, especialmente em um momento como este, é fundamental. Nos dá forças para prosseguir na mobilização”, relatou.