A luta pela superação dos desafios vividos diariamente pelas trabalhadoras da educação ganhou uma nova ferramenta nesta semana com o lançamento do Observatório de Igualdade de Gênero “Sumemos Igualdad”. A novidade foi anunciada durante o Encontro Regional da Rede de Trabalhadoras da Educação, organizado pela Internacional da Educação para a América Latina (IEAL).
O evento, realizado entre 23 e 26 de julho em San José, capital da Costa Rica, contou com a participação da secretária da Mulher Trabalhadora e dos Direitos LGBTI+ da APP-Sindicato, Taís Adams Gramowski, e mais de 100 professores(as) de 18 organizações filiadas à IEA, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).
“Somos afetadas não apenas com sobrecarga de trabalho, mas também com baixos salários e muitas situações que comprometem a nossa qualidade de vida. Esse encontro da Rede e a criação desse Observatório contribuem para avançarmos na busca por melhores condições de trabalho e de qualidade de vida”, diz a dirigente.
Dividido em três grandes temas – igualdade de gênero no mundo do trabalho, avanços e retrocessos nos direitos trabalhistas e direitos das mulheres no trabalho educacional -, o objetivo do Observatório é oferecer informações atualizadas para a reflexão, compreensão e debate sobre as condições de trabalho das trabalhadoras da educação na América Latina.

Renovação da esperança
Mais que proporcionar o compartilhamento de informações sobre a situação dos direitos das mulheres, da igualdade de gênero em diferentes países e analisar os cenários políticos, o encontro em Costa Rica promoveu atividades para fortalecer a atuação dos sindicatos da educação.
Representando o Brasil, a secretária de Relações de Gênero da CNTE, Berenice D’arc, apresentou o painel “Conjuntura Política e o Papel das Mulheres no Brasil”. A dirigente falou da renovação da esperança das mulheres brasileiras e latino-americanas, trazida com a eleição e a posse do presidente Lula.
Berenice citou como exemplo de ações do novo governo, a recriação do Ministério das Mulheres, a retomada para ratificação da Convenção 190 (sobre violência e assédio no trabalho) da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a sanção da Lei 14.611, que trata da igualdade salarial entre homens e mulheres.

Durante a programação, ainda houve o lançamento do volume 9 da Revista RED, que neste ano trata da sobrecarga de tarefas da mulher e os desafios da conciliação de trabalho e vida familiar. Também foram promovidos dois workshops. Um sobre comunicação para professores(as) e o outro mostrou o potencial da música em espaços de protesto social.
No último dia, o Observatório Latino-Americano de Políticas Educacionais (OLPE) apresentou a campanha da IE “¡Por lá Pública! Escola Criamos”. A iniciativa se opõe à privatização da educação e ao comércio educacional e busca reivindicar maior financiamento do Estado para a educação pública.
Sobre a Rede
A Rede Trabalhadoras da Educação é uma estrutura de trabalho conjunto formada pelo Comitê Regional do IEAL desde 2005 para o fortalecimento dos sindicatos por meio da implementação de políticas sindicais que promovam a participação e militância das professoras. A iniciativa se sustenta no fato de que as organizações sindicais da educação são constituídas por, pelo menos, 70% de mulheres.
Com informações da CNTE.