Os resultados de um estudo sobre como é ser gay, lésbica, bissexual, travesti ou transexual no ambiente escolar foi apresentando, no último dia 10 de agosto, em uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado. Sob o título “O Ambiente Educacional no Brasil: as experiências de estudantes LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais)”, a pesquisa mostrou um levantamento feito com relatos de 1016 estudantes LGBT, de todo país, com idade entre 13 e 21 anos, entre dezembro de 2015 e março de 2016.
Realizada em conjunto pela Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) e pelo Grupo Dignidade, com apoio da UFPR, a apresentação aponta para situações preocupantes aos(às) educadores(as). No total, mais de 60% dos estudantes se sentiram inseguros(as) na escola no último ano, por conta de sua orientação sexual. 73% foram agredidos(as) verbalmente pelo mesmo motivo; enquanto 36% sofreram agressões físicas por não se estarem dentro dos padrões heterossexuais. A pesquisa mostra também que, pelo menos, 30% dos(as) estudantes que foram agredidos(as) consideram ineficaz a resposta dada pelos(as) profissionais de educação para impedir as agressões; e 39% disse que nenhum membro da família foi procurado por alguém da equipe de profissionais da escola quando o estudante sofreu a agressão ou violência no ambiente escolar.
Os dados são graves e evidenciam o quanto é necessário falar e debater sobre o machismo e a LGBTfobia nas escolas, e também sobre a importância do trabalho de entidades que buscam trazer ao público reflexões, denúncias e cobrar das autoridades as políticas públicas e ações necessárias para o fim da violência e da discriminação.
:: Confira aqui a pesquisa completa apresentada na audiência pública.