Durante esta quarta-feira (25) a APP reuniu-se com educadores(as) de todo Estado e representantes de universidades estaduais que ofertam o Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) no Paraná, na sede estadual da entidade, em Curitiba. Durante a manhã do encontro foi feita uma discussão sobre as políticas educacionais voltadas para os desafios do cumprimento de algumas metas do Plano Estadual de Educação (PEE).
A APP apontou para o fato de que algumas políticas do governo vão na contramão do cumprimento de metas do Plano Estadual de Educação, como é o caso da universalização do ensino médio, da educação profissional, educação de jovens e adultos, educação do campo e educação integral. “No PNE está posto que, por exemplo, no ano que vem, o Estado deveria universalizar o atendimento do ensino médio. Isso implica em mais de 118 mil novas matrículas nas escolas, para o ano que vem no ensino médio, que é a demanda reprimida hoje de 15 a 17 anos”, aponta Walkiria Mazeto, secretária educacional da APP.
Na contrapartida, a APP denunciou, agora no fim do ano, que a Secretaria de Educação estaria reorganizando escolas e fechando turma de ensino médio. “Ao invés de fazer toda uma campanha, ações, políticas públicas pra ampliar o número de matrículas, a Seed reduz o número de matrículas e não tem nenhuma política pública nesse sentido”, explica Walkíria. A mesma coisa acontece para a educação integral, educação no campo, educação de jovens e adultos que tem como meta a superação do analfabetismo no Estado. “Se continuar o ritmo que está hoje na educação de jovens e adultos, nós vamos levar cerca de 30 anos para superar uma meta que está posta para 10”, declara.
No período da tarde, foi feito um debate específico sobre o Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE). O governo do Estado não abriu turmas em 2015. A reflexão foi sobre a recuperação do papel do programa, como é que ele surge, a visão da universidade quanto a importância do programa, quais as dificuldades estruturais e políticas de Estado encontradas hoje e outros. “O Estado está reorganizando o programa e nós da APP não tivemos acesso a esse debate. Gostaríamos que as secretarias de Educação e Ciência, Tecnologia e Ensino Superior tivesse convidado os trabalhadores para esse debate. Nós vamos buscar entender quais são essas alterações previstas para a próxima turma”, diz.
Encaminhamentos – Sobre as políticas educacionais, a APP fará um dossiê com essas denúncias e preocupações que a entidade tem enquanto política pública para a educação no Estado. O dossiê será protocolado na Secretaria de Estado da Educação, assim como no Ministério Público e no Conselho Estadual de Educação para que se tenha um debate ampliado sobre o tema. O dossiê será feito na próxima semana, considerando que muitas das metas do PEE deveriam ser efetivadas já em 2016.
Com relação ao PDE, ficou encaminhado que mais encontros devem acontecer no ano que vem, sendo um deles no primeiro semestre de 2016. “Nós queremos a presença dos coordenadores do programa na Seed e Seti, que não compareceram no seminário. Além disso, queremos estreitar a relação com os coordenadores do programa nas universidades, para ter esse retorno de quais as dificuldades encontradas na efetivação do programa, assim como com os nossos trabalhadores professores que cursam hoje o PDE”, declara Walkíria.