APP e Delegacia da Mulher de Umuarama organizam ação de rua contra a violência de gênero APP-Sindicato

APP e Delegacia da Mulher de Umuarama organizam ação de rua contra a violência de gênero

A iniciativa ocorreu no dia 1.º de novembro e integra uma série de intervenções do Núcleo Sindical em defesa da vida das mulheres

Após o brutal feminicídio cometido contra a professora Viviane Brun, o Núcleo Sindical da APP de Umuarama intensificou suas ações nas escolas e nas ruas para conscientizar e combater a violência contra a mulher. Na última quarta-feira (1º), o Sindicato realizou um pedágio em alusão ao tema, que contou também com a adesivagem de carros e distribuição de panfletos. 

A concentração aconteceu no cruzamento da avenida Paraná com a avenida Rolândia de Umuarama e teve o apoio da Delegacia da Mulher do município, representada pela delegada Fernanda Bertoco Mello e sua equipe.

Para a secretária da Mulher Trabalhadora do Núcleo, Maria Dervania Vieira, as ações elevam a visibilidade do tema. 

“Com o aumento do número de mortes de tantas mulheres a cada dia, precisamos, por meio da conscientização, debate e estudo, trazer esse assunto para a pauta pública. Mesmo sendo um tema tão delicado, as pessoas não podem simplesmente deixar de discutir. Para isso, estamos organizando diversas atividades”, comenta a dirigente.

Além disso, Maria comenta sobre a primeira ação que o sindicato organizou, nas escolas do município. “São nas escolas que as ideias se disseminam, por isso, quando a gente discute a violência de gênero em sala de aula, é o momento que muitas crianças vão perceber que algumas situações no cotidiano da casa podem ser caracterizados como agressão ou tentativa de feminicídio”.

No dia 26 de outubro, a ação da APP foi às escolas de Umuarama

O Caso 

A professora de artes Viviane Brun foi baleada pelo seu ex-marido no dia 27 de setembro. Ela foi assassinada na frente do filho de 6 anos. A filha de 21 anos também foi atingida. O agressor foi preso horas após fugir do local.

Lamentavelmente, Viviane é mais uma brasileira que entra para as estatísticas das vítimas de feminicídio. Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) mostram que o Brasil bateu recorde de feminicídios em 2022, com uma mulher morta a cada 6 horas.

Durante os nove primeiros meses de 2023 foram contabilizados 1592 casos de feminicídio consumados e tentados no país, apenas no primeiro semestre foram contabilizadas 862, cerca de 3,32 assassinatos por dia, segundo dados do Laboratório de Estudos de Feminicídios (LESFEM).

Ainda conforme o LESFEM, no Paraná, foram 106 feminicídios consumados ou tentados até o final de setembro de 2023. Em 2022, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança pública, o Paraná registrou 77 feminicídios e 69 tentativas de feminicídio.

Segundo dados da Delegacia da Mulher de Umuarama, em 2023, foram atendidos seis casos de feminicídio, onde o único consumado foi o de Viviane.

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