APP denuncia ao Ministério Público aplicação arbitrária de provas “adequação idade-série” pela Secretaria da Educação

APP denuncia ao Ministério Público aplicação arbitrária de provas “adequação idade-série” pela Secretaria da Educação

Sindicato avalia que trata-se de mais uma medida imposta pelo governo estadual, à revelia dos princípios democráticos que devem orientar a política educacional

Foto: Lucas Fermin/Seed

A APP-Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná, por meio de sua Secretaria de Assuntos Jurídicos, protocolou junto ao Ministério Público Estadual denúncia formal contra a Secretaria de Estado da Educação (Seed), em razão da implementação de avaliações denominadas “provas de adequação idade/série”, aplicadas de forma autoritária, sem debate com a comunidade escolar e sem transparência quanto aos critérios pedagógicos e legais.

Trata-se de mais uma medida imposta pelo governo estadual, à revelia dos princípios democráticos que devem orientar a política educacional, comprometendo o direito à educação de qualidade, o respeito ao processo de aprendizagem e o papel pedagógico dos(as) profissionais da educação.

Entre os principais pontos denunciados, destacam-se:

  • Falta de transparência e controle social: As provas não são públicas, os critérios de aplicação são obscuros e não há diálogo com a comunidade escolar.
  • Suspeitas de manipulação de resultados: Estudantes do 6º ano teriam sido promovidos diretamente ao Ensino Médio, supostamente para inflar artificialmente os indicadores educacionais do Estado em avaliações como o IDEB e o SAEB.
  • Relatos de irregularidades na aplicação: Há denúncias de que professores foram pressionados a “ajudar” os estudantes durante a prova, colocando em xeque a legalidade e a moralidade do processo.
  • Impactos pedagógicos e psicológicos graves: Relatos apontam sofrimento emocional entre estudantes, que enfrentam ansiedade, insônia e medo diante da imposição das provas.
  • Risco de perseguição institucional: Denúncias feitas em redes sociais apontam o medo de retaliação e assédio institucional por parte da SEED/PR, exigindo o sigilo das identidades envolvidas.

A APP-Sindicato repudia com veemência esta política educacional tecnocrática, baseada na meritocracia artificial e na negação da realidade concreta das escolas públicas. A gestão da Seed, ao tentar maquiar indicadores com práticas autoritárias e pedagógica e eticamente questionáveis, compromete o futuro dos(as) estudantes e desrespeita o trabalho dos(as) educadores(as).

Defendemos uma educação pública, democrática e comprometida com a formação cidadã, e não com rankings e números manipulados. Não aceitaremos que nossas escolas e nossos(as) estudantes sejam tratados(as) como instrumentos de propaganda política.

Seguiremos atuando em todas as frentes — jurídica, política e sindical — para denunciar e barrar essas práticas.

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