APP cobra pagamento de PSS

APP cobra pagamento de PSS


Imagine começar a trabalhar e depois de um mês não receber o seu salário. A professora de sociologia, Vania de Menezes é educadora há 06 anos. Em 2016, iniciou as atividades na escola no início de fevereiro, como professora PSS. Mora em Maringá e trabalha manhã, tarde e noite em Paiçandu, 15 km longe de casa. Vania tem uma filha de quatro anos e as despesas da casa como alimentação, água e luz ficam por sua conta. No entanto, a educadora está entre os(as) milhares de professores(as) PSS que não receberam seus salários deste mês. Além disso, ainda não há previsão para o pagamento, como informaram no Núcleo de Educação quando a educadora ligou para saber como estava sua situação. “Um pagamento atrasado atinge diretamente a vida do trabalhador. Vou passar dificuldades, até porque os bancos não fazem empréstimo para pessoas que acabaram de ser contratadas. Não tenho a quem recorrer, já que é um dinheiro alto para pedir emprestado para as pessoas”, desabafa.

Para Vania, isso prejudica não só sua vida pessoal, mas a educação como um todo. “Isso tira até a qualidade do trabalhador, pois a gente fica preocupada com as contas. O governo afeta a qualidade da educação fazendo isso com o educador. O ano já começa com dificuldades”, diz.

A direção estadual da APP se reuniu na tarde de hoje (29) com a chefe do setor de Recursos Humanos da Secretaria de Educação, Graziele Andriola, para cobrar a abertura de uma folha complementar urgente para fazer o pagamento dos salários dos(as) educadores(as) PSS do mês de fevereiro que ficaram sem salário.

Professores(as) PSS participaram da distribuição de aulas e iniciaram as atividades nas escolas de todo o Estado no começo de fevereiro, quando ainda estava sendo realizadas reposições de aula. No entanto, o pagamento do salário do mês de fevereiro corre o risco de ser feito só no fim de março, já que o fechamento da folha de pagamento é feito todo dia 07 de cada mês. O problema é que parte do suprimento não foi realizado até a data fixada pela secretaria da Fazenda, que realiza a liberação dos recursos. A Seed informou que foram abertos 17 mil empregos de PSS até o momento entre professores(as) e funcionários(as), porém não soube informar quantos destes foram supridos, ou quantos receberão salários hoje.

Diante disso, a APP pede a urgência na efetivação de uma folha complementar, já que esses educadores(as) não podem ficar sem seus salários.

De acordo com a secretária de Finanças da APP-Sindicato, professora Marlei Fernandes, somente a educação passa por esse tipo de problema. “É injusto que os educadores fiquem sem salário. A Seed coloca empecilhos burocráticos do ponto de vista que é o Meta 4 (sistema da folha de pagamento) e do próprio sistema da secretaria. Nós lembramos que somos os únicos penalizados que não recebem salário em dia”, explica Marlei.

A Seed afirmou que trabalha para que, neste momento, todos os suprimentos sejam realizados a tempo e também com a possibilidade da folha complementar. A direção da APP insistiu no tema e afirmou que procurará outros interlocutores, como a Casa Civil e Assembleia Legislativa, para que os(as) trabalhadores(as) não fiquem sem salário.

Outros temas: a direção do sindicato também cobrou novo debate sobre a pauta da categoria. São diversos itens da campanha salarial como pagamento do Piso, progressões e promoções em atraso e data para concursos públicos.

Participaram da reunião os dirigentes Luiz Fernando Rodrigues (sec. de Comunicação), Marlei Fernandes de Carvalho (sec. de Finanças) e Elizamara Goulart (sec. de Gênero, Relações étnico-raciais e Direitos LGBT).

MENU