As lutas das comunidades indígenas no âmbito da educação ganham força, neste mês de maio, com a criação de um coletivo indígena na Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e Combate ao Racismo da APP-Sindicato.
“A gente entende que os povos indígenas precisam ser representados(as) na nossa Secretaria. A reunião que tivemos na última sexta-feira (19) foi um primeiro passo para isso”, explica a secretária da pasta, Celina do Carmo da Silva Wotcoski.
A secretária de Organização da APP, Silvana Prestes Rodacoswiski, também participou da reunião com os(as) representantes do coletivo indígena.
“Aqui na Secretaria a gente quer acolher esse coletivo e passar para nossa base que não podemos apagar a cultura e a história desse povo originário. A gente tem muito a aprender com eles”, afirma Celina.
O coletivo indígena será coordenado por Michelli Silva Picanço, professora pedagoga da rede pública estadual. Ela defende, entre outras pautas, que haja uma cota para indígenas nos concursos para a rede pública estadual.
Micheli, que tem nome índígena Nauê Japiim, pertence a etnia Mundurukus, da região médio Amazonas. Ela luta também pelo cumprimento da Lei 6.861/09, que trata da educação indígena. Essa Lei Federal determina que a organização territorial das escolas indígenas seja feita a partir da definição de territórios etnoeducacionais, ouvindo as comunidades indígenas.
Outras reivindicações do coletivo são a criação da Universidade Indígena do Paraná, a criação de editais para concursos de professores nas línguas indígenas do Paraná, a criação de casas de estudantes em áreas urbanas, o transporte escolar indígena nas aldeias e a criação de cursos técnicos para moradores das aldeias, de acordo com as vocações de cada território