O aniversário é no sábado (26) mas a APP iniciou nesta sexta-feira (25) as comemorações de seus 78 anos. Os(as) trabalhadores(as) da Sede se reuniram para confraternizar comendo bolo. Nos Núcleos Sindicais também teve festa daqueles que lutam pela educação pública de qualidade no Paraná.
A presidenta da APP, Walkiria Mazeto, participou do encontro em Curitiba. “Mais um ano da APP que a gente pode comemorar juntos: 78 anos dessa entidade que já passou muito perrengue. Porque ela nasce num período de pós-guerra, vive períodos de ditaduras e vai passando por todas as perseguições dos governos aos trabalhadores e as entidades que os representam”, disse.
“A gente está em mais período difícil, em que a mão do governo tem pesado sobre nossa categoria nas escolas, mas estamos aqui de pé, firmes e fortes para enfrentar. A próxima terça-feira (29) será mais um desses momentos”, afirmou Walkiria, referindo-se ao ato público em Curitiba que vai lembrar os dez anos do Massacre do Centro Cívico.

O encontro em Curitiba serviu também para repasse de instruções aos(às) trabalhadores(as) para a mobilização do dia 29 de abril. “Teremos mais um dia de luta, com todos nas ruas para que a gente possa dar um grito de basta à tanta violência que o governo do estado tem praticado contra trabalhadores e trabalhadoras da educação”, afirmou a secretária de Administração e Patrocínio da APP, Nádia Brixner.
“Não estaremos sozinhos. Teremos também os sindicatos do Fórum das Entidades Sindicais, com um contingente dos demais servidores estaduais. Teremos também pais, mães e estudantes que também estão se organizando para estar conosco”, informou Nádia.

História
A secretária lembrou que nesses 78 anos de existência a APP construiu um histórico combativo. “Hoje a gente pode comemorar com aqueles e aquelas que fazem a APP ser o que ela é: essa senhora que tem nos deixado um legado de muita luta, com pessoas que construíram e constroem esse sindicato forte”, disse.
Desde 26 de abril de 1947 a APP se destaca pelas lutas por melhores salários e condições de trabalho nas escolas públicas do Paraná, enfrentando o desafio de construir uma educação melhor para estudantes, professores(as) e funcionários(as) de escola. Com união e persistência, vamos continuar escrevendo nossa história de lutas e conquistas.

Quem luta tem história para contar. Nesses 78 anos, há muitas conquistas que permitem esperançar o futuro. Uma lufada de ar fresco e esperança, por exemplo, é o lançamento nesta sexta-feira (25) do livro “Sem Intervalo para Sorrir: Memórias de 29 de Abril de 2015, O Dia em que Professores Entraram em Batalha para Defender o Ensino Público”, de autoria da jornalista Louize Lazzarim.
É animador constatar que dez anos depois do Massacre do Centro Cívico, o tema continua chamando a atenção das novas gerações. Louize estagiou na Comunicação da APP quando cursava Jornalismo na UFPR.

O livro reúne relatos inéditos de professores(as), funcionários(as) de escola, jornalistas e políticos sobre o Massacre do Centro Cívico. Louize entrevistou 21 pessoas para compor a obra, entre elas o ex-presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Leão; o ex-governador Beto Richa; o ex-prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, além de trabalhadores(as) da educação que foram feridos(as) pela polícia durante a mobilização, policiais militares, um bombeiro e três jornalistas.
Luta
O nascimento do Sindicato, um dos maiores da América Latina, hoje com mais de 70 mil sindicalizados(as), se deu no contexto de reconstrução e reorganização social do pós-guerra. A convicção de que a luta unificada dos(as) trabalhadores(as) possibilitaria avanços se revelou acertada, com importantes conquistas como a aprovação do Estatuto dos Servidores Públicos, em 1970; do Magistério, em 1976; do Plano de Cargos e Salários dos Professores, em 2004; e dos Funcionários de Escola, em 2008.
Mais que defender os educadores e a escola pública, a APP tem se notabilizado pelas lutas sociais mais amplas, com a defesa da democracia e do Estado de Direito, e contra todas as formas de opressão e discriminação.



