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A APP abriu conversações com a ParanaPrevidência para tentar reduzir as perdas salariais dos educadores(as) aposentados(as). Na segunda-feira (25) líderes sindicais se reuniram com o presidente da instituição, Felipe José Vidigal dos Santos.
“Por que nós, aposentados(as), temos que cobrir o déficit da Previdência? Por que estamos sendo prejudicados? Os(as) educadores(as) são os(as) que menos ganham, dentro do Poder Executivo. Por que nós temos que contribuir tanto, enquanto o governo abre mão de receber R$ 17 bilhões em impostos de grandes empresas?”, questionou a secretária de Aposentados da APP, Adelaide Mazza Correia.
O Sindicato reivindica o aumento da faixa de isenção do desconto previdenciário para aposentados(as), que passaria de três salários mínimos (R$ 3.636,00) para o teto do INSS (R$ 7.087,00). A mudança custaria R$ 300 milhões por ano para beneficiar todos(as) os(as) servidores(as) aposentados(as), não apenas os educadores(as).
Hoje os(as) aposentados(as) contribuem com 14% sobre o valor que ultrapassar três salários mínimos.
“Essa situação está insustentável para os(as) aposentados(as). Se a ParanaPrevidência está sustentável, se está bonitinha, com os cálculos redondos, não é assim que está a vida dos nossos servidores, que estão passando pelo pior momento de suas vidas”, afirmou Tereza Lemos, secretária de Saúde e Previdência da APP.
“O que nós queremos é que a ParanaPrevidência nos entenda e nos ajude a resolver esse problema que os nossos aposentados estão enfrentando. Não é possível que eles continuem tendo que pagar a Previdência do jeito que têm pago. Nós temos cálculos que apontam que isso é possível”, disse Tereza.
O presidente da instituição afirmou a continuidade do déficit atual e projetado, o que impossibilitaria alterar a faixa de isenção neste momento.
A APP defende que o governo Ratinho Jr tem recursos suficientes para desonerar os aposentados, pois encerrou 2021 com R$ 11 bilhões em caixa e com R$ 7 bilhões para gastar como quiser. Enquanto arrocha os(as) aposentados(as), Ratinho liberou grandes empresas de pagarem R$ 17 bilhões em impostos nesse ano.
Tereza Lemos apontou a situação de penúria dos(as) servidores(as) estaduais, que amargam perdas salariais de 36%, e ressaltou que a situação dos(as) aposentados(as) é ainda pior. “Eles tiveram um achatamento significativo no salário, num contexto em que o custo de vida está muito alto. O pessoal que está na ativa tem o auxílio transporte, que de alguma forma ajuda, eles têm também o GTE que o governo criou recentemente (R$ 800). Nossos companheiros aposentados não têm isso”, explicou.
Além da APP, outros sindicatos buscam mudar a faixa de isenção do desconto. Ainda nesta semana, a coordenação do Fórum das Entidades Sindicais (FES) deve reunir-se com o presidente para debater o tema.
Votação às escondidas
Os(as) servidores(as) foram contra a reforma da Previdência feita em 2019 por Ratinho Jr, lembrou Tereza. “Éramos contrários, estávamos na frente do Palácio protestando e, mais uma vez, o governo foi votar às escondidas na Ópera de Arame. Foi lá que votaram essa reforma, contra a vontade dos servidores. Continuamos com essa contrariedade”, disse.
Cid Cordeiro, assessor econômico da APP, recordou que os(as) servidores(as) já eram contra a reforma da previdência proposta em 2015, cuja votação levou ao Massacre do Centro Cívico, quando os(as) trabalhadores(as) foram atacados(as) com balas de borracha, bombas, cães e cavalaria enquanto protestavam.
“A continuidade da ParanaPrevidência se deve àquelas bombas que os professores levaram. Foi a partir daquele movimento que nós salvamos o Fundo de Previdência. Nós sempre tivemos essa postura de defender a Previdência, e ainda temos isso como princípio. Os(as) servidores(as) são os(as) aliados(as) mais fiéis que a Paraná Previdência tem, porque a gente cuida desse patrimônio”, afirmou Cordeiro.