Às vésperas da volta às aulas, diretores(as) de todo o estado encontram dificuldades para organizar a rotina escolar diante de um problema crônico: a falta de funcionários(as) em todas as áreas. Somente no Núcleo Regional de Maringá, faltam quase 200 agentes em 55 escolas.
Diretores(as) da região enviaram uma carta à Seed apontando a gravidade da carência e responsabilizando a terceirização dos cargos pelas dificuldades.
O documento relata que “este problema vem acontecendo desde 2021, quando houve a dispensa dos funcionários PSS (…), com a troca para a empresa terceirizada, começaram os problemas.”
Além de criticar a atuação da empresa Soluções, responsável pelo atendimento na região, e listar a falta de agentes por escola, a carta pede reconhecimento à importância destes profissionais.
“É urgente que aqueles que administram a Seed compreendam que funcionários são a base de uma escola, que o trabalho deles não se resume em atender um telefone ou tirar o pó de um móvel. São eles que estão lado a lado com os gestores e que auxiliam para que a instituição escolar funcione de forma otimizada e competente”, escrevem os(as) diretores(as).
Os problemas são inúmeros. A empresa Soluções não fornece os quadros de Agente I solicitados, enviando uma merendeira quando a escola precisa de alguém da manutenção, por exemplo. Se algum funcionário(a) apresenta atestado, a empresa não fornece substituto. A terceirizada também não contratou Agentes II, deixando muitas escolas sem secretário.
Pior e mais caro
Não é a toa que a APP entoa, por anos, o lema “Sem Agente a Escola Para”, e denuncia o desmonte representado pela terceirização. Um modelo que favorece poucos empresários, custa mais caro do que os quadros dispensados e prejudica toda a comunidade escolar.
Com a falta generalizada de trabalhadores(as) neste setor chave, cabe reassaltar também a preocupação sanitária diante do avanço da Covid-19.
“Essa falta cria um quadro desolador nas escolas da rede, principalmente neste momento de pandemia. A carência de contratações sobrecarrega os(as) funcionários(as), pois não há número suficiente para fazer o básico”, acrescenta a Secretária de Funcionários(as) de Escola da APP, Bete Almeida.
O Sindicato segue atento à situação das escolas e reitera a necessidade de revogar o processo de terceirização e realizar concursos públicos para repor os quadros.
“Esse modelo só serve para entregar dinheiro público a empresários, que por sua vez, não valorizam o trabalho dos(as) terceirizados(as). Recebemos diversas denúncias de atraso de salário, desconto de vale-transporte e desconto por atestado médicos. Por isso lutamos pelo fim deste modelo e por concurso público já para todos os quadros”, complementa Bete.