Enquanto nas propagandas de TV do governador Beto Richa e do PSDB, o Paraná é uma verdadeira ilha de prosperidade, na vida real o discurso tem sido outro: o governo insiste em dizer que não há dinheiro para pagar o que é de direito à educação.A categoria questiona o governador sobre onde foi parar o dinheiro arrecadado com aquela dura lição de casa – feita às custas do suor dos(as) trabalhadores(as). Os valores embolsados com o ‘Pacotaço de impostos’ e com o sequestro da previdência poderia ser muito bem investido em saúde e educação. No entanto, a ilha de prosperidade das propagandas políticas está cercada de dívidas com as escolas públicas e educadores(as).
Somente na rede pública estadual, cada servidor(a) da educação tem, em média, R$ 5 mil para receber em atrasados do governo do Estado. Mas, atenção: não se trata de aumento, são atrasados! Dinheiro não pago por um trabalho ou conquista já feitos. Para ter uma noção do tamanho da dívida, imagine se um cidadão que está com uma fatura atrasada com uma empresa estatal, a Copel, por exemplo. Se qualquer trabalhador(a) deixasse de pagar faturas de R$ 525,00 desde outubro do ano passado (último mês em que o governador pagou uma promoção e progressão para professores), o valor da dívida hoje seria de R$ 5.372,27, aproximadamente, R$ 647,27 só de multa e juros! Para os(as) funcionários(as), a dívida seria ainda maior. O valor acumulado, se convertêssemos em contas de luz de R$ 513,00 desde agosto (último mês em que os funcionários receberam suas promoções e progressões) o valor seria seria de R$ R$ 6.491,33!* Além do mais, todo cidadão(ã) que deixa de pagar sua conta de luz tem a energia cortada após dois meses de inadimplência. Por que com os(as) servidores(as), os atrasos se acumulam por tanto tempo? É justo ter dois pesos e duas medidas? É justo que a educação seja penalizada desta maneira?
Data-base em cheque – Como se isso não bastasse, agora o governo cogita a possibilidade de mais uma vez não honrar os compromissos que assumiu com os(as) servidores(as) de reposição da inflação deste ano em janeiro de 2016 com o acréscimo de 1% para repor perdas da inflação.
Mas a categoria não irá ceder a este tipo de ameaça. O estado de greve é uma decisão de alerta assumida pela categoria em votação na assembleia. O Sindicato que representa os(as) trabalhadores(as) seguirá firme na cobrança dos direitos e no respeito à educação pública do Paraná. Chega de calote, governador!
*cálculos realizado com base em informações do site da COPEL e calculados pelo economista Cid Coordeiro. O valor da multa é de 2%, mais a cobrança de juros de mora de 1% calculados pro rata die e atualização monetária baseada no o IGP-M (Fundação Getúlio Vargas) do dia do pagamento.