Na noite desta quarta-feira (24), o presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) realizou um terceiro pronunciamento em rede nacional, minimizando a crise do coronavírus (COVID-19). Em discurso, o mandatário do país defendeu a reabertura de escolas e o fim da quarentena para os(as) trabalhadores(as), afirmando que a pandemia não passa de uma “histeria” criada pela mídia. A fala de Bolsonaro, que segue alinhada com a postura do presidente norte-americano, Donald Trump, onde a economia é prioritária e não a saúde de seus compatriotas.
De maneira irresponsável, Jair Bolsonaro defendeu ainda que apenas pessoas do grupo de risco (idosos(as), pessoas com doenças crônicas, grávidas e lactantes) deveriam ficar em isolamento, ignorando a recomendação da Organização Mundial de Saúde. “Não precisaria se preocupar. No meu caso, pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado pelo vírus, não precisaria me preocupar. Nada sentiria ou teria. Quando muito acometido por uma gripezinha ou um resfriadinho”, subestimou o presidente.
A fala do presidente repercutiu negativamente entre os(as) governadores(as) dos estados brasileiros, gerando repúdio inclusive de aliados do governo. Entre aqueles que não criticaram o presidente e seguem aliados em seu processo de desmonte do serviço público, está Ratinho Jr (PSD), que se omitiu e não se posicionou contra a colocação do presidente. O governador se limitou em reforçar as medidas da OMS, mas não questionou a fala problemática de Bolsonaro.
Entre os(as) críticos da postura de Bolsonaro estão os governadores de São Paulo, Goiás, Santa Catarina, Pernambuco, Ceará, Espírito Santo e Maranhão, além do Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, Presidente do Senado Davi Acolumbre e Vice-presidente do Senado, Antonio Anastasia.
Ataque de Ratinho ao serviço público
O governador tem seguido à risca a cartilha Bolsonaro e ignorado os(as) profissionais que mantêm os serviços gratuitos à população (como saúde, educação e segurança pública). Os dois políticos adotam a mesma estratégia de colocar a população contra os(as) servidores(as) públicos, quando alegam ser o funcionalismo o grande responsável pelos problemas de desigualdade social que eles (governantes neoliberais) ajudaram a criar.
Ratinho Junior, ao mandar para a Assembleia Legislativa o Projeto de Lei 189 que autoriza as terceirizações nas escolas e em outros setores do serviço público, mostra que a prioridade de seu governo não é a população, mas o empresariado paranaense. Quer destinar recursos públicos para que empresas façam a gestão e contratação, a preço de banana e sem garantias de carreira aos(as) trabalhadores(as) que cuidarão dos(as) nossos(as) estudantes e do bom funcionamento das escolas públicas estaduais.
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