Alerta epidemiológico: APP-Sindicato divulga novo estudo sobre pandemia no Paraná APP-Sindicato

Alerta epidemiológico: APP-Sindicato divulga novo estudo sobre pandemia no Paraná

A Campanha Nossa Luta Salva vidas e a resistência dos(as) educadores(as) tem ajudado a diminuir o número de óbitos e de casos graves da Covid-19

Com apenas 18,2% da população do Paraná imunizada com as duas doses (ou com a vacina de dose única) o Paraná ainda está longe de ter controlado a disseminação do Coronavírus. Em um recente estudo encomendado pela APP-Sindicato, um grupo de cientistas avaliou a propagação da doença após o início da vacinação em massa.

No modelo utilizado pelo grupo de cientistas, SEIR (Susceptíveis – Expostos – Infectados –Recuperados), demonstra que o isolamento social dos meses de março e abril foram de extrema eficácia para minimizar a terceira onda de Covid-19. De acordo com o modelo SEIR, apresentado na primeira nota técnica divulgada pela APP-Sindicato, projetava-se uma terceira onda com potencialidade de causar mais de 100 óbitos diários. “Estima-se que, mesmo não atingindo o patamar recomendado, o isolamento social implementado evitou pelo menos 1500 mortes para a cidade de Curitiba”, afirma o pesquisador Lucas Ferrante.

Nessa nova fase, foram analisados os dados de 13 municípios do Estado (Curitiba, Cascavel, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão, Guarapuava, Londrina, Maringá, Toledo, Paranavaí, Paranaguá, Ponta Grossa, Umuarama e União da Vitória), considerando a mobilidade urbana para o cálculo do nível de isolamento social para cada um dos municípios do presente estudo, bem como a progressão das taxas de vacinação para cada cidade.

Os dados indicam que o Paraná passou por duas forte ondas em 2021, nos meses de fevereiro e março e a segunda, ainda maior, em maio e junho. Agora, as projeções indicam a manutenção da pandemia para os próximos meses em um patamar inferior as duas ondas anteriores. O estudo prevê ainda a possibilidade de um alteração da curva de contaminação com a predominância da variante Delta. Ferrante e o grupo de estudiosos afirmam que aumento na circulação de pessoas nas escolas, comércio e no transporte coletivo fará aumentar, inevitavelmente, o caso de contaminações, sendo a abertura das escolas um dos principais fatores que geram impacto positivo nos números, pois as crianças e adolescentes possuem a mesma capacidade de armazenamento viral que os adultos, mesmo que não desenvolvam a doença na forma grave, como o restante da população, eles(as) atuam como disseminadores(as) do vírus.

“Dado que esta quarta onda poderá, apesar do avanço da vacinação, potencialmente ter a mesma magnitude da primeira onda, recomendamos a adoção de medidas restritivas para frear o novo aumento de casos projetados”, afirma Ferrante. O pesquisador, exemplifica que a revista Science, um dos mais prestigiados  periódicos científicos do mundo, destacou em um estudo científico que avaliou dados de 41 países, onde demonstrou comprovadamente que o fechamento de escolas e universidades é uma das medidas que
mais contribui para o controle da pandemia, “tendo maior efeito na contenção de casos, transmissão comunitária, internações e óbitos do que o fechamento de atividades não essenciais”.

Espera-se que uma redução da mobilidade a níveis de 40% a 50% reduza o número de mortes diárias em agosto de uma média de 20 óbitos diários para 10 óbitos e que uma redução da mobilidade de 90% ou mais poderia zerar o número de óbitos diários e impedir a transmissão comunitária da variante Delta. Além disso, recomenda-se a não retomada das aulas presenciais, que poderia aumentar as mortes diárias em limiares de 30-40% em Curitiba, além de estimular a ampla disseminação do vírus.

Munida destas informações, a direção estadual da APP-Sindicato irá protocolar o estudo no Ministério Público, na Assembleia Legislativa, na Secretaria Estadual de Educação e também na sede do governo. “Vamos compartilhar estas informações com o objetivo de reivindicar que o Estado se responsabilize sobre a forma como vem conduzindo o combate à pandemia. Este enfrentamento é uma responsabilidade coletiva e a APP-Sindicato vem fazendo o seu trabalho em provocar discussões e cobrar condições de segurança e de vida para toda sociedade. A nossa luta passa pela escola, mas o objetivo maior é pela vida de todos os paranaenses”, afirma o presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Silva Leão.

Neste sábado (31) tem assembleia da categoria. Educadores(as) de todo Paraná participação de um debate sobre a greve da Educação e decidirão sobre as mobilizações da categoria. Para participar da assembleia é necessário fazer o cadastro disponível aqui. Veja abaixo o o estudo dos pesquisadores, na íntegra:

Ferrante_et_al-2021-Nota_Técnica-Paraná
MENU