A decisão do Governo do Paraná de adiar o início das aulas presenciais em todo o Estado mostra que a APP-Sindicato estava certa ao decidir pela greve dos trabalhadores (as) da Educação em defesa da vida. A greve estava prevista para o dia primeiro de março, quando o governo pretendia impor a retomada das aulas presenciais. “Nós da APP-Sindicato continuaremos dedicando todos os nossos esforços em defesa da vida e da saúde em primeiro lugar, pois todos os outros aspectos, sejam educacionais, econômicos, culturais, se recuperam num momento seguinte. O mais importante é preservar a vida da nossa população”, afirma Hermes Leão, presidente da APP-Sindicato.
Leão lamenta que a decisão de adiar o início das aulas presenciais ocorra num quadro de calamidade na saúde pública do Paraná. Ele alerta que o prazo das restrições anunciadas pelo Governo do Paraná (oito dias) é insuficiente para conter a disseminação do coronavírus. “Não dará conta. Não organiza a sociedade para um enfrentamento mais direto, para que se pudesse de fato fazer o esmagamento dessa curva crescente de contaminações que vem ocorrendo no Paraná há semanas”, avalia.
O secretário de Comunicação da APP, Luiz Fernando Rodrigues, ressalta que continua valendo a decisão da assembleia de iniciar greve nas aulas presenciais se o Governo decidir retomá-las após o dia 8 de março. “Nesse momento nossa luta principal é para que essas medidas sejam realmente cumpridas, que as escolas sejam fechadas, que os profissionais da Educação estejam seguros em casa”, afirma.
Rodrigues também considera que o prazo das medidas de restrição é insuficiente para conter a disseminação do coronavírus. “Vamos continuar avaliando a evolução disso tudo, em contato com os especialistas que estão nos assessorando”, diz.
A direção da APP tem o apoio de especialistas que sempre apontaram a temeridade que seria retomar as aulas presenciais no dia 18 de fevereiro, como o Governo do Estado queria impor a todo custo. Depois de adiar essa volta para o dia primeiro de março, o Governo mais uma vez teve que engolir seu negacionismo e se render às evidências da impossibilidade de aulas presenciais nesse momento da pandemia.