O Brasil ainda é um país marcado por profundas desigualdades, e é por meio dos serviços públicos que o Estado garante que todos os cidadãos tenham acesso a seus direitos mais básicos.
Para atender as necessidades da sociedade, os servidores públicos estão se tornando cada vez mais qualificados.
Qualificação e capacitação
No mundo dos negócios prevalecem relações desiguais (e ás vezes desumanas) de poder. Portanto, se for privatizado, o funcionalismo não ganhará mais qualidade e velocidade em seus processos e procedimentos internos.
Pelo contrário: a busca desenfreada por lucro (proveniente da privatização) acarretará em consequências para a sociedade em geral, como precarização dos atendimentos, aumento das tarifas e outros prejuízos.
Já no setor público, as relações de trabalho são fundamentadas em princípios de igualdade formal e real entre indivíduos, e também entre servidores e Estado-empregador. Logo, a real necessidade da máquina pública não é privatização, mas sim qualificação de servidores.
O Brasil já avançou muito nas últimas décadas, com ampliação das políticas públicas e do atendimento do Estado, e com maior qualificação do funcionalismo.
Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o percentual de servidores públicos estaduais com ensino superior completo ou Pós-graduação passou de 28% para 60% nos últimos 20 anos! Essa maior capacitação resultou na melhoria dos serviços prestados, aumento da velocidade dos processos internos e satisfação da população – sobretudo da parcela mais carente desses serviços.
Isso porque no setor público a qualificação busca maior eficiência, eficácia e qualidade dos atendimentos prestados, enquanto no setor privado ela visa aumentar o lucro da organização.
Servidores constroem carreiras mais longas e vão se aperfeiçoando constantemente, se tornado cada vez mais especializados em suas áreas de atuação. Ao mesmo tempo, se mantêm atualizados para acompanhar as mudanças da sociedade.
Compromisso com a qualidade
Para que a população se beneficie ainda mais dos serviços públicos, a qualificação dos servidores deve ser previsível e permanente, e isso depende do comprometimento das autoridades, investimentos e incentivos.
Uma remuneração adequada garante segurança financeira para os servidores prosseguirem na carreira, socialmente comprometidos e motivados pelo dever cívico de funções que só existem e se concretizam em razão do Estado, em favor da população e de modo constante.
De acordo com o Ipea, nas últimas três décadas, a remuneração mensal média dos servidores estaduais teve um aumento médio anual de 1% – de R$ 3,6 mil para R$ 5 mil. Levando em conta o expressivo crescimento da população no período, o surgimento de novas demandas públicas e o sucateamento de técnicas e equipamentos, tais trabalhadores merecem uma remuneração mais apropriada.
Isso contribuiria para a prevenção a qualquer tipo de assédio moral, cercos externos, corrupções, extorsões, fortaleceria a permanência dos servidores em seus postos de trabalho e evitaria perdas no desempenho técnico e institucional junto ao povo.
Com permanente qualificação e adequada remuneração de servidores públicos, toda a sociedade ganha. Fazer isso acontecer é valorizar esses profissionais, os serviços públicos e a população como um todo!
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