Quem passou pelo Centro Cívico, nos primeiros três dias desta semana, pode ver que o engajamento do funcionalismo público é capaz de mexer com as estruturas física e política do governo estadual. O acampamento dos(as) servidores(as), as visitas de gabinete em gabinete e as reuniões dos(as) representantes das categorias com o secretariado do governo, cobrando o pagamento da data-base, movimentou a Praça Nossa Senhora da Salete e fez com que o presidente da Assembleia Legislativa do Estado (Alep), deputado Ademar Traiano (PSDB), retirasse de votação os projetos de lei que previam reajuste de parte do funcionalismo, mas que excluíam todos(as) os(as) servidores(as) do Executivo.
A suspensão vale até segunda-feira, quando os projetos voltam para análise na Alep. Até lá, a pressão é para que a governadora Cida Borghetti (PP) apresente uma proposta que contemple todo o funcionalismo.
Os primeiros avanços – No acumulado do calote, os(as) servidores(as) do poder Executivo estão com os salários 11,53% defasados. Porém, como o atraso é referente há quase dois anos e o prazo de liberação da verba foi atropelado por Richa, o FES exige que a governadora pague a data-base vencida em maio (considerando também o prazo da legislação eleitoral). O percentual indicado pelo IPCA do último período é 2,76%.Isso não significa que as categorias perdoarão a dívida. O FES já conseguiu que o atual governo apresentasse uma emenda à LDO 2019, derrubando a barreira criada por Richa de concessão do reajuste no ano que vem.
A decisão é política – O FES, respaldado pelo estudo técnico do economista Cid Coordeiro, comprovou ao secretariado de Cida que há disponibilidade financeira para o pagamento da dívida e, em nenhum momento, se colocou contrário ao reajuste dos demais servidores(as), mas reivindica a isonomia no tratamento. Pela primeira vez, o governo admitiu que houve um aumento de receita de R$ 2,5 milhões, confirmando a análise do Fórum de que há sim recursos para o pagamento da data-base.
A próxima segunda (18), portanto, é um dia decisivo na batalha pelo que é de direito dos trabalhadores. As atividades no Acampamento do FES serão intensificadas! Na segunda a Vigília começa às 10h, em frente ao Palácio Iguaçu. À tarde, o funcionalismo marcará presença nas galerias da Assembleia. É fundamental que professores(as) e funcionários de escola, da ativa e aposentados(as) participem das mobilizações.
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