Ocupar a política: ano eleitoral é oportunidade de avançar na representatividade feminina

Ocupar a política: ano eleitoral é oportunidade de avançar na representatividade feminina

A participação é para ser igualitária e justa. Do voto para os cargos com avanços, mas, ainda existem barreiras culturais ou históricas

Reprodução/A Revolucionária

As mulheres podem e devem ser o que quiserem, esse é o foco do feminismo. Para tanto, ocupar a política e ter voz e vez nos espaços de tomada de decisão é fundamental. Só assim haverá um efetivo protagonismo das mulheres no processo de transformação social. Infelizmente, a realidade atual é de imenso desequilíbrio. Mulheres compõem mais da metade da população brasileira, mas ocupam uma pequena parcela dos cargos decisórios.

Ao mesmo tempo, as mulheres são afetadas diretamente por leis e políticas que, por exemplo, não respeitam sua escolha de ser ou não mães, ao passo que lhes retiram a possibilidade de exercer com dignidade a maternidade, entre tantas outras barreiras que tornam a participação política das mulheres tão difícil. A sub-representação se agrava quando se trata de mulheres negras e indígenas.

Ainda há muito a avançar para efetivar uma sociedade verdadeiramente democrática e ver a diversidade da nossa população representada nos espaços de poder.

A sociedade intitula-se democrática, igualitária e justa. Porém, existe um longo percurso para romper obstáculos e paradigmas.

“Ainda existem muitos obstáculos que impedem as mulheres na vida pública brasileira e faz com que permaneçam sub-representadas na política. E essa sub-representação se agrava muito quando se trata de mulheres negras e indígenas”, avalia Carol Dartora (PT), ex-dirigente da APP-Sindicato e atual vereadora de Curitiba.

“Quando vencemos várias barreiras e ocupamos espaços políticos, ainda sofremos com a violência machista e racista, que se traduz também na violência política”, completa. 

Pioneirismo e fatos históricos da representatividade

1927 – Celina Guimarães Viana foi a primeira mulher a se registrar como eleitora no Brasil, com registro aprovado para votar em uma eleição municipal de Mossoró (RN).

1928 – Alzira Soriano foi a primeira mulher a virar prefeita da cidade de Lages;

1932 – Rompimento da restrição de gênero nas eleições brasileiras, com a aprovação do Código Eleitoral;

1934 – A Constituição de 1934 consagra pela primeira vez o princípio da igualdade entre os sexos e proíbe as diferenças salariais por motivo de gênero;

1934 – Carlota Pereira de Queiroz foi a primeira deputada federal eleita no Brasil;

1970 – Marca a  inserção das mulheres no mercado e a liberdade política no país para o fortalecimento das defesas e dos direitos das mulheres;

1977 – Criação de cotas eleitorais de gênero;

2010 – Dilma Rousseff foi a primeira presidenta eleita do Brasil.

Uma mulher na política, muda a [própria] mulher. Muitas mulheres na política, muda a política”, Michelle Bachelet, primeira encarregada da ONU Mulheres, Agência das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero.


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