Professores(as) e funcionários(as) de escola da ativa e aposentados(as) estão nas ruas hoje (13), como forma de alerta e denúncia. A categoria não irá aceitar o desmonte da carreira dos(as) professores(as), a retirada de direitos de funcionários(as) e a completa estagnação de aposentados(as).
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É o primeiro dos três dias de greve deliberados em Assembleia Estadual da categoria na última semana. Até quarta-feira, os(as) educadores(as) caminharão da Praça 19 de Dezembro – com concentração às 9h – até o Centro Cívico. O momento é de pressão aos(às) parlamentares.
Os ataques integram o projeto anunciado pelo governador Ratinho Jr. como “grande pacote de valorização dos professores”. Um engodo!
O que por fora parece bela viola, por dentro esconde queijo bolorento. Ratinho e seu PLC 12/2021 pretendem achatar a tabela salarial dos professores e professoras, acabar com a diferença entre níveis e classes, congelar o vale-transporte e reduzir o adicional noturno de todos(as) os(as) educadores(as).
A análise do projeto na Assembleia Legislativa ocorre me paralelo à votação da Data-Base, que prevê apenas 3% de reposição para o conjunto do funcionalismo. A APP defende um conjunto de emendas para alterar o PLC 12, além de se somar à luta do Forum de Entidades Sindicais por uma Data-Base de, no mínimo, 6,39%.
“Estamos em greve porque nós não vamos aceitar o esquecimento por completo dos aposentados. Não vamos aceitar o parcelamento da data-base e muito menos o abandono dos funcionários”, reforçou a secretária Educacional da APP-Sindicato, Nádia Brixner.
“O momento é de atenção às nossas carreiras. É um absurdo o governador oferecer um décimo do que deve. Ratinho quer aplicar o piso apenas para quem está no começo da carreira; o governo usa ainda o termo gratificação para maquiar sua omissão. Nós queremos aplicação para todos, ativos e aposentados. Queremos o pagamento da dívida, isso é lei, não é benesse”, expõe a presidenta da APP, professora Walkiria Mazeto.
A APP elaborou uma análise – artigo a artigo – do PLC 12, o projeto do Piso, apontando o que precisa ser alterado ou revogado para assegurar a manutenção da carreira dos professores(as) e os(as) direitos dos(as) funcionários(as). Veja aqui o texto completo.
Reajuste sim, mas para todos!
Sem considerar Funcionários(as) de escola e aposentados(as), já duramente afetados(as) pelas maldades de Ratinho, a proposta de reajuste soa como uma piada para aqueles(as) que sofrem com uma inflação de quase 30% desde o último pagamento da Data-Base.
A professora aposentada Márcia Ester Constantino, viajou da cidade de Maringá para lutar por uma reposição que reduza de fato as perdas salariais impostas pela Reforma da Previdência.
“Estamos observando que o governo do estado do Paraná está esquecendo dos(as) aposentados(as), eles que trabalharam e lutaram por anos na educação pública. A proposta do Ratinho Jr não equivale nem a 10% do que ele nos deve”, explica a professora Márcia.
Assim como os(as) aposentados(as), os(as) Funcionários(as) de escola enfrentaram duras batalhas ao longo do ano, porém isso não acaba por aí.
“Nós estamos em um dos piores momentos como funcionários(as) de escola, só no ano passado, foi aprovada a extinção dos cargos de Agente I e II, sendo ao mesmo tempo autorizada a terceirização. Como se isso já não bastasse, o governo vem este ano com a ameaça da terceirização da merenda escolar, além desta proposta absurda de reajuste”, relembra a funcionária de Escola, Eliane Figura, de Francisco Beltrão.
A APP-Sindicato enfatiza que a categoria deve se manter mobilizada e dialogando com deputados(as) estaduais, para que assim emendas apresentadas pelo conjunto dos(as) trabalhadores(as) sejam acolhidas. Não podemos aceitar mais retirada de direitos!
Outra pauta em debate na ALEP é o projeto de Lei Geral das Universidades (LGU), que fere a autonomia das instituições, não garante o repasse integral de recursos e coloca em risco cursos de licenciatura.
Representantes da União Paranaense de Estudantes (Upes), da União Nacional dos(as) Estudantes e sindicatos que representam trabalhadores(as) das universidades questionaram a proposta e se mantêm mobilizados(as) para derrubar a LGU.