Na semana passada o Brasil presenciou uma das mais lindas e coloridas manifestações populares e possivelmente a maior e mais plural que a capital federal viu neste ano. Estamos falando da 5ª edição da Marcha das Margaridas. Cerca de 70 mil de pessoas deixaram o estádio Mané Garrincha logo no início da manhã do dia 12 de agosto e seguiram até o Congresso Nacional.
Diante da Casa, mulheres e também homens de todas as regiões do país viraram as costas aos ataques do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) contra as mulheres e os movimentos sociais. Sob regência do parlamentar, ações como a criação de uma cota de 15% para as mulheres em todos os parlamentos do país foram rejeitadas.
Tinha verde e amarelo, mas também muito lilás e vermelho. Nenhuma cor era proibida. Os manifestantes, de diversas etnias, traziam demandas do campo e das florestas: a titulação das famílias já assentadas, o assentamento para quem ainda não tem chão, assistência técnica para quem já produz, mas quer crescer, e o limite da propriedade de terra para quem vê o agronegócio avançar sem freio.
A essas demandas somaram-se a defesa da liberdade e da democracia num país que convive com uma onda conservadora. Cartazes que pediam Estado laico e apontavam que o corpo é das mulheres e não da bancada moralista pareceram se multiplicar em relação às edições anteriores da mobilização.
A secretária de formação da APP-Sindicato, professora Janeslei Albuquerque esteve na marcha, juntamente com a delegação do Paraná e relembra quem motivou a marcha. “Margarida Alves que inspira a Marcha das Margaridas foi assassinada na frente dos filhos e do marido na porta de casa por um matador de aluguel. Foi morta pelo latifúndio, pelo Brasil que exclui milhões do direito à terra, desde que o Brasil é Brasil. Pouco antes de morrer, Margarida Alves disse que é melhor morrer na luta do que morrer de fome. Margarida Alves inspira a Marcha das Margaridas de milhares de mulheres, sementes dessa Margarida que não teve duvidas, entre lutar e se omitir. Enfrentou o latifúndio, enfrentou a jagunçagem que marca a luta desigual pela terra no Brasil”, explica.
Com informações de CUT Nacional