A GREVE CONTINUA: em dia histórico, educadores(as) mostram força, pedem diálogo e Ratinho Jr. reage com violência

A GREVE CONTINUA: em dia histórico, educadores(as) mostram força, pedem diálogo e Ratinho Jr. reage com violência

Ratinho Jr. e sua base aliada tratoram democracia e votam, em primeira discussão, projeto que privatiza escolas públicas

Fotos: Altvista/ APP-Sindicato

O primeiro dia da greve dos(as) professores(as) e funcionários(as) contra a privatização das escolas da rede estadual entra para história da luta em defesa da escola pública do Paraná. Uma multidão reuniu-se em Curitiba e mobilizações se multiplicaram em todo o estado em uma grande demonstração de força e resistência.

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Após uma caminhada com cerca de 20 mil pessoas nas ruas centrais da capital, educadores(as), estudantes e comunidade concentraram-se em frente à Assembleia Legislativa para pedir a retirada do Projeto de Lei 345/2024, que permite a privatização de praticamente todas as escolas da rede estadual, e a abertura de uma mesa de negociação.

Indiferente às mobilizações, o governador Ratinho Jr. (PSD) disparou uma enxurrada de mentiras contra o movimento ao dar entrevista para a imprensa. O prédio da Assembleia Legislativa (Alep) estava cercado por policiais e a população impedida de entrar no local. Apenas um grupo restrito conseguiu ter acesso à galeria do plenário.

No início da tarde, na Assembleia Legislativa, também houve disparos, mas de bombas de gás, contra os(as) educadores(as) que adentraram no prédio e exigiam o direito de acompanhar a sessão legislativa. Pelo menos duas pessoas ficaram feridas pela ação truculenta da PM de Ratinho Jr. Todas foram imediatamente atendidas pela organização do manifesto e encaminhadas para o serviço médico.

Com a repercussão da revolta da multidão, que gritava ao redor do prédio da Alep – RETIRA! RETIRA! RETIRA! -, o presidente do Legislativo suspendeu a sessão que estava em curso. Minutos depois, Ademar Traiano (PSD), anunciou que a votação seria retomada de forma virtual, a partir das 17h, uma medida para tentar escapar do diálogo democrático e da pressão popular.

A multidão permaneceu reunida na Praça em frente ao prédio da Alep e acompanhou pelo caminhão de som o áudio da sessão. Após discursos dos deputados e da deputada da oposição e também da base aliada do governo, a matéria foi aprovada em primeira discussão por 39 favoráveis e 13 votos contrários. 

Depois de anunciar o resultado, o presidente da Alep convocou e deu início a uma nova sessão extraordinária. Após começar os trabalhos, Traiano informou que, em virtude do projeto ter recebido emendas, será encaminhado para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e encerrou a sessão. As votações serão retomadas na manhã desta terça-feira (4), em duas sessões:  uma ordinária e outra extraordinária.

A GREVE CONTINUA

“O dia de hoje já é vitorioso, mas precisamos cumprir todos os ritos desta votação para que a gente tenha a condição de, na sequência, tomar os encaminhamentos devidos”, disse a secretária de Assuntos Jurídicos da APP, Marlei Fernandes, ao enfatizar que a greve continua.

Um grupo de educadores(as) vai permanecer acampado na praça em frente da Alep. Outro permanece na galeria do Legislativo. A orientação do comando de greve é para que os demais, que estão em Curitiba, retornem amanhã às 9h para o Centro Cívico. No interior, os (as) educadores devem retornar amanhã para os locais de concentração em suas regionais.

“A população está do nosso lado. Quem está contra a gente é o Palácio (sede do governo), esses 39 deputados e a Seed. O nosso movimento já é vitorioso, porque a nossa categoria saiu pra luta. E a luta não para”, completou Marlei.

Veja como votou cada deputado(a):

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