"A escola precisa voltar a ser um espaço de esperança, de conhecimento e de democracia"

“A escola precisa voltar a ser um espaço de esperança, de conhecimento e de democracia”

A vice-presidenta da CNTE e diretora Jurídica da APP-Sindicato, professora Marlei Fernandes de Carvalho, analisa o primeiro dia do 34º Congresso Nacional da CNTE

Foto: CNTE

Começou, nessa quinta-feira (13), o 34º Congresso Nacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). Pela primeira vez, na história o evento, que acontece a cada três anos, é realizado forma virtual. São quase mil educadores(as) de todo país, e também, alguns convidados internacionais, reunídos(as) pela plataforma Zoom .

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Sob do educador Paulo Freire, esta edição traz como tema “Educação transforma pessoas, pessoas transformam o mundo”. Dois convidados internacionais se apresentaram na abertura dos trabalhos: o secretário geral da Internacional da Educação (IE), David Edwards, e o presidente da Internacional da Educação para a América Latina (IEAL), Hugo Yaski.

Edwards destacou a importância do legado de Paulo Freire para o enfrentamento das forças que querem acabar com a educação pública. “Nossos valores geram pânico entre os opressores. Nós sabemos que a educação tem um poder transformador, transforma o mundo duro e hostil num lugar onde podemos crescer coletivamente sem soltarmos as mãos”, avalia Edwards. Para ele, Paulo Freire está vivo no trabalho docente cada dia dentro e fora das salas de aulas.

A CNTE realiza seu 34 Congresso de forma online, inédita. Porque a gente reúne o país inteiro de forma a fazer um bom debate do temário que é debater a conjuntura que é se desafiar a este momento novo, que é superar a tendência nacional do negacionismo, os ataques que os trabalhadores e trabalhadoras da educação vêm sofrendo e, ao mesmo tempo em fazer uma pauta propositiva. Então é um desafio fazer este debate de forma online.

Na avaliação Yaski, Paulo Freire é uma bandeira daqueles que reivindicam uma educação de qualidade para todos e todas, sem desigualdades. “Creio que esse Congresso da CNTE será um momento em que vocês vão avaliar a resistência heroica desses anos enfrentando o Bolsonaro, essa espécie de secreção do pior do liberalismo da direita, que governou o Brasil e submeteu esse povo a um imenso sofrimento”, descreveu.

A vice-presidenta da CNTE e secretária Jurídica da APP-Sindicato, professora Marlei Fernandes de Carvalho, avalia que há um esforço coletivo dos(as) participantes para organizar a resistência e, ao mesmo tempo, agir de forma propositiva na defesa da educação pública.

“As falas e apresentações do Congresso confirmam que temos que ampliar nossa força política elegendo governos do campo democrático popular, elegendo um bom Congresso e também, Câmaras de Deputados e o Senado para  reconstruirmos uma plataforma de propostas e ações para a educação pública. Uma das nossas metas é o resgate do Plano Nacional de Educação (PNE), congelado desde o golpe de 2016”, antecipa a dirigente.

No Congresso da CNTE está também em destaque o eixo carreira, seja para professor(a) ou funcionário(a) de escola. “Temos como base o Piso Salarial Profissional Nacional, a defesa dos concursos públicos e o fim da mercantilização e sucateamento das nossas escolas. Precisamos voltar a falar sobre a hora-atividade, além de superar todo o processo de negacionismo científico. São muitos desafios e, por isso precisamos reorganizar a escola como espaço de esperança, de conhecimento, luta e democracia”, avança Marlei.

Acompanhe a transmissão ao vivo pelo canal da CNTE no Youtube

Em defesa da vida

O presidente da CNTE, Heleno Araújo, resgatou o histórico da Confederação que desde março de 2020, no início da pandemia de Covid-19 no Brasil e com a suspensão das aulas presenciais, se posicionou em defesa da vida. “Em nenhum momento os trabalhadores e as trabalhadoras da educação titubearam em defesa da vida. O primeiro documento aprovado foi de solidariedade e em defesa da vida para proteger nosso povo e a comunidade escolar da Covid-19, de um governo genocida que trouxe números terríveis para o nosso país que perdeu mais de 620 mil vidas”, ressaltou Heleno Araújo. Na avaliação dele, o descomprometimento desse governo com a vacina e com a segurança necessária para o nosso povo deixou de salvar milhares de vidas.

“De fato esse é um congresso excepcional e que ele seja excepcional e único porque dói o que estamos presenciando. Cada um de nós sentimos isso aqui. Desde quando chegamos nesse espaço que lamentamos fazer um congresso nesse formato”, relatou Heleno Araújo, que pediu a todos muita paciência e solidariedade com essa nova modalidade não presencial.

Nesta edição serão realizadas as eleições da nova Diretoria Executiva e Conselho Fiscal da entidade e a aprovação das lutas da CNTE para enfrentar a conjuntura neoliberal imposta ao país, desde o golpe político/jurídico/midiático de 2016.

O 34º Congresso Nacional da CNTE vai até o dia 15 de janeiro. Clique aqui para ver a programação e aqui para acessar o caderno de resoluções.

Editado de: CNTE

APP debate conjuntura e lutas da educação no 34º Congresso da CNTE

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