A escola como território de luta e resistência

A escola como território de luta e resistência


A luta não irá parar...

A APP-Sindicato aprovou, no último mês de julho uma campanha com o tema “A ESCOLA COMO TERRITÓRIO DE LUTA E RESISTÊNCIA”. Diante da conjuntura estadual que o segundo mandato do governo Beto Richa(PSDB) vem implementando, com o pacote de ajuste financeiro e fiscal em que o povo e os(as) Servidores(as) paranaenses pagam a conta do rombo financeiro do primeiro mandato. Semana a semana ações governamentais aprofundam a redução de gastos e o aumento de despesas no bolso do contribuinte.

A campanha pretende organizar tantos os Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação, bem como estudantes e familiares, para que a partir de cada local de trabalho estejamos vigilantes para esse período de resistência.

Na conjuntura educacional paranaense as ações do governo são várias e todas remetem a essa ideologia no olhar do orçamento público sempre como gasto e não como investimento como defendemos. É a ideologia do estado mínimo que ganhou impulso e repercutiu mundialmente no final dos anos 1970 e década de 80, especialmente pela implementação deste programa através dos governos Margaret Thatcher, na Inglaterra, e Ronald Reagan, nos Estados Unidos. Foi impressionante a redução de direitos trabalhistas e da precarização do serviço público. É famosa e foi tema de filmes a greve dos mineiros do Reino Unido.

O Paraná foi laboratório dessas políticas no governo Lerner(PFL/DEM), especialmente em seu segundo mandato(1999/2002). Agora, como numa reprise, o segundo mandato do governador Beto Richa reproduz a mesma fórmula.

Assim, nos últimos dias temos defrontado medidas, ações que produzem a desorganização geral nas comunidades escolares. Pois uma das características dessa ideologia é o autoritarismo, a imposição das ações sem debate preliminar, sem que as pessoas sejam ouvidas e participem de qualquer decisão.

REDUÇÃO(JUNÇÃO) DE TURMAS – Em pleno andamento da segunda metade do ano letivo o governo pressiona escolas a reduzir o número de turmas. Ocorre que o olhar é sempre de redução de gastos. Não se considera a realidade da identidade das turmas já em andamento, a mudança de professores, a dispensa imediata de educadores sem qualquer “aviso prévio”! Temos defendido que na maioria das escolas mesmo com a reposição das greves o período letivo se encerra em três meses. Não há racionalidade nesta decisão governamental.

FECHAMENTO DE ESCOLAS – No final do ano passado lutamos contra as medidas impostas sem qualquer participação das comunidades de fechamento de escolas no campo e nas cidades. Em pleno mês de dezembro educandos e educadores ocuparam por três dias o NRE Laranjeiras do Sul. Uma escola que se fecha é toda uma história coletiva que se apaga. Trata-se de uma decisão que só deveria ser tomada depois de esgotado, todos os estudos e possibilidades de sustentação das mesmas.

PROGRAMA MINHA ESCOLA TEM AÇÃO – META – Previsto para implementação através do PPA – Plano plurianual – 2016/2019. Foi apresentado até agora tópicos para a elaboração do programa, que segundo consta será encaminhado a ALEP com o PPA no final deste mês.

A APP irá desenvolver toda a análise do programa. Porém, do que já foi divulgado, nos preocupa o futuro da Formação Continuada, da Gestão Democrática das Escolas, e da retomada de contratações de funcionários(as) pela PARANAEDUCAÇÃO.

Todas essas ações seriam parte de um conveniamento do Paraná com o BIRD – Banco Mundial, cujos representantes já estiveram reunidos com a SEED. Essa parceria foi a mesma que trouxe para ocupar o cargo de Secretária de Educação do Paraná, durante o segundo mandato do governo Lerner, Alcione Salyba, funcionária desta entidade financeira mundial.

Temos criticado igualmente o método verticalizado que surpreende direções, estudantes e as famílias. Foi-se há muito o lema da liderança de diálogo e respeito utilizado tantas vezes pelo governador Beto Richa.
É contra todas estas ações que recaem sobre as escolas que organizamos a campanha da ESCOLA COMO TERRITÓRIO DE LUTAS E RESISTÊNCIA. É no chão de cada uma delas, na luta organizada dos Educadores e Educadoras com estudantes e famílias, que se fazem a resistência. Como o ocorrido em Prudentópolis, em que a comunidade escolar reagiu e agiu buscando apoiadores e conseguiu coletivamente reverter a ordem de junção de turmas do Colégio Estadual Barão de Capanema.

Publicado no site Notícias Paraná

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