A Copel e a Sanepar são nossas!

A Copel e a Sanepar são nossas!


Na última segunda-feira (21), deputados, sindicalistas e representantes de movimentos sociais estiveram reunidos na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) para debater possíveis ações contra o Projeto de Lei 662/2015, que o governo Beto Richa enviou Alep, com o objetivo oculto de liberá-lo para promover a venda de ações que pode privatizar a Copel e a Sanepar.

Os deputados envolvidos na organização desta reunião são Requião Filho e Tadeu Veneri, além de apoiadores como deputado federal João Arruda e pelos deputados estaduais Evandro Araújo, Márcio Pacheco, Tercílio Turini, Ademir Bier, Palozi e Nelson Luersen. Do lado do movimento sindical, estiveram presentes os sindicatos do Coletivo Sindical dos Trabalhadores da Copel, sindicatos representantes dos(as) trabalhadores(as) da Sanepar, representantes da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), Federação dos Bancários (Fetec-PR) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Em maio deste ano, Beto Richa disse publicamente que não defendia a venda de ações da Copel e da Sanepar, e que desautorizava qualquer membro do governo a tratar do assunto. Entretanto enviou o projeto, que prevê, ironicamente, a criação de um fundo de combate à pobreza, que na prática, quer limpar caminho para o governo a vender ações das empresas públicas sem autorização Legislativa.

O Projeto de Lei 662/2015 deve entrar em votação nas próximas sessões e já recebeu emendas e teve alguns artigos retirados. Os deputados Tadeu Veneri, Requião Filho e outros, afirmaram que o governo havia sinalizado retirar o artigo referente à venda das ações das empresas públicas, mas alertaram que não dava para confiar nisso e que o objetivo dessa sinalização pode ser desmobilizar a ação dos sindicatos, movimentos sociais e partidos de oposição.

O engenheiro e sindicalista Leandro Grassmann expos com dados que ao longo dos anos a Copel tem deixado de investir o necessário na manutenção das usinas, subestações e transmissão, num proposital descaso com o futuro da Empresa, sinal da pouca vontade do atual governo em mantê-la como empresa pública de ponta.

Um estudo técnico apresentado pela assessoria do deputado Requião Filho mostrou que no governo Lerner ações da Copel foram colocadas em caução em empréstimos realizados pelo governo junto ao BNDES, que, não sendo pagos passaram essas ações a outros donos que não mais o Estado do Paraná. Agora, Beto Richa apresentou um novo projeto onde ações da Copel e da Sanepar entram em caução para empréstimo em favor da concessionária que vai pedagiar a PR 323, no trecho Maringá – Guaíra, visando duplicá-la. A conclusão é que já está em andamento uma privatização silenciosa.

Três encaminhamentos de resistência às intenções privatistas foram aprovados na reunião. O primeiro, de acompanhar as próximas sessões da Alep e garantir que seja mesmo retirado do projeto o item que permite a venda das ações. O segundo encaminhamento partiu dos deputados presentes, que criaram uma Frente Parlamentar em Defesa da Copel e da Sanepar e vão buscar a adesão dos colegas. O terceiro encaminhamento partiu do movimento sindical e prevê a mobilização popular contra a privatização. Uma manifestação pública foi marcada para o próximo dia 3 de outubro, para ocorrer em todo estado.

Com informações do Coletivo Sindical da Copel

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