Mulheres militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) deram início em Curitiba nesta terça-feira (6) às mobilizações pelo Dia Internacional da Mulher (8 de março). No Estádio do Tarumã, onde muitas delas já estão alojadas desde ontem, uma mística em torno da terra e das mulheres que lutaram pelo socialismo abriu os trabalhos. A concentração prossegue até quinta-feira, quando, a partir das 9h, na Praça Santos Andrade, ocorre o ponto alto da mobilização, a Marcha das Mulheres do Campo e da Cidade: por Justiça Social e Ambiental, contra a violência.
“As mulheres trabalhadoras têm em comum o desafio de participar do mercado de trabalho para obtenção de renda e sustento e, junto a isso, construir novas relações que sejam pautadas na igualdade e no cuidado com o ambiente em que vivemos; portanto a luta é de todas nós, somos mulheres do campo e da cidade, em defesa da justiça social e ambiental”, disse a secretária de Gênero e Igualdade Racial da APP-Sindicato, Elizamara Goulart Araújo, presente hoje na abertura das atividades.
Ainda hoje, às 14h, acontece uma marcha de luta contra o Código Florestal, partindo do Tarumã rumo à sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, Incra, na região central). Amanhã, das 9h às 12h, uma oficina vai debater os desafios da educação e propiciar troca de experiências entre educadores do campo e da cidade. A APP-Sindicato está apoiando o evento e convocando educadores da base para se integrar a ele. Ao longo dos três dias acontece no Ginásio do Tarumã a Feira dos Produtos Agroecológicos da Reforma Agrária e da Agricultura Familiar Camponesa e Feira das Sementes Crioulas.
Marcha – Mais de 20 organizações do campo e da cidade no Paraná se uniram para organizar a marcha, no dia 8. Na perspectiva das trabalhadoras rurais, a marcha pretende despertar o curitibano para os problemas enfrentados pela mulher e entregar pauta de reivindicação às secretarias de Estado, buscando melhorias na educação, combate à violência, reforma agrária, saúde, meio ambiente e trabalho.
Os dois primeiros atos irão ocorrer na Praça Santos Andrade, às 10h30, e na esquina das duas marechais (Marechal Deodoro e Marechal Floriano), às 11h15, respectivamente, discorrendo temáticas que envolvem desde Previdência até a mercantilização do corpo da mulher.
O ato será finalizado ao meio-dia e meia na Boca Maldita, com a realização do terceiro ato da manhã, pautado em soberania alimentar, combate a agrotóxicos, justiça ambiental e o envolvimento das mulheres com os megaeventos. As secretarias do Estado da Educação, da Justiça, do Meio Ambiente e do Trabalho, assim como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Incra deverão receber as reivindicações.
· Para participar da oficina sobre educação no campo e na cidade, os interessados devem procurar a Secretaria de Gênero e Igualdade Racial da APP pelo telefone (41) 3026-9805.
