Mais de mil mulheres se reuniram numa grande marcha no Centro de Curitiba neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, para exigir o fim da violência, o combate ao machismo e o respeito a direitos. A manifestação, que saiu da Praça Santos Andrade rumo à Boca Maldita, contou com grande participação de mulheres militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e Via Campesina, que trouxeram a bandeira da luta contra o uso indiscriminado de agrotóxicos.
O movimento teve importante participação da APP-Sindicato. “É um dia para nos lembrarmos todas as nossas dificuldades, todas as nossas lutas, nossas bandeiras, que temos levantados ao longo dos anos”, observou a professora Elizamara Goulart de Araújo, secretária de Gênero e Igualdade Racial da Entidade, lembrando conquistas importantes, como o direito ao voto feminino. Ela observou que é preciso haver, contudo, uma profunda mudança de mentalidade a fim de que as mulheres possam ocupar espaços importantes de poder e no mundo do trabalho.
A presidenta Marlei Fernandes de Carvalho, à frente do carro de som, exaltou as mulheres que fazem no seu cotidiano a luta por um mundo melhor, com igualdade, sem homofobia ou misoginia. Marlei lembrou ainda a péssima remuneração historicamente dada no trabalho no magistério e nos serviços de saúde e relacionou este fato à grande participação feminina nestes campos. “Não é a toa que a sociedade brasileira relegou a educação, a saúde, a assistência social – que são atividades de mulheres – a baixos salários, e nos não aceitamos esta situação”, disse.
Durante a marcha houve manifestações sobre diversos temas da luta feminista, com a participação dos diversos movimentos sociais que integram a organização do evento. Uma encenação nas escadarias da UFPR, na Praça Santos Andrade, denunciou o sexismo nos trotes universitários. Em outro ato, na esquina das Marechais, com música, as mulheres lembraram as nódoas deixadas pelo machismo na sociedade e a necessidade de superação. Por fim um grande ato na Boca Maldita encerrou a marcha.