XI Concut: principais lutas são aprovadas por todas correntes

XI Concut: principais lutas são aprovadas por todas correntes


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No final da tarde desta terça-feira (10), durante o XI Concut, foi apresentada uma síntese das principais marcas da ação cutista no período compreendido entre 2009 e 2012. Segundo o balanço, exposto por dirigentes de diferentes correntes políticas da Central, os mais destacados marcos de atuação da CUT no período foram a defesa de um novo modelo de desenvolvimento para o Brasil, centrado na valorização do trabalho e na distribuição de renda; a defesa intransigente dos direitos trabalhistas, rechaçando todas as propostas de flexibilização; sua posição de liderança na resistência aos efeitos da crise econômica internacional sobre os trabalhadores e trabalhadoras, e, também, o resgate da concepção de liberdade e autonomia sindicais próprios à Central.

O debate fez parte da mesa que analisou o balanço político e organizativo do mandato, encerrada por volta das 19h.

“Quando, no auge da crise, em 2009, o empresariado, a imprensa e parte de outras centrais passaram a defender redução de jornada com corte de salários e suspensão temporária de contratos para, segundo eles, impedir as demissões que viriam, quem foi às ruas para, em alto e bom som, bradar que os trabalhadores e trabalhadoras não iam pagar pela crise foi a CUT”, lembrou o presidente Artur Henrique, no início de sua fala, representando a Articulação Sindical.

Artur também citou o envolvimento da CUT no processo eleitoral de 2010, quando se posicionou a favor de Dilma Rousseff e contra a candidatura José Serra, que “aplicou um dos mais reacionários discursos políticos dos últimos 16 anos neste país”. Mas, segundo ele, a CUT não se furtou às críticas necessárias ao governo, como à política econômica, ao processo de privatização dos aeroportos. “Devemos lembrar também que a CUT realizou o dobro de greve nos últimos anos do que as realizadas no período FHC, segundo o Dieese”, completou, citando dados divulgados recentemente pelo Sistema de Acompanhamento de Greves(SAG).

“Quem mais faz greve neste País é a CUT, não são as outras centrais, que têm respaldo e simpatia nos meios de comunicação tradicionais, mas não têm base social”, provocou.

Entre os avanços cobrados pela CUT e os movimentos sociais e conquistados no período, Artur apontou a aprovação do Plano Nacional da Educação, o Piso Nacional do Magistério; os Compromissos Nacionais de Aperfeiçoamento das Condições de Trabalho na Indústria da Cana de Açúcar e da Construção Civil; avanços na saúde do trabalhador, como a criação do Fator Acidentário Previdenciário e do Nexo Técnico Previdenciário; a elaboração da Convenção 189 da OIT; o debate nas conferências, como a Nacional de Comunicação, e as grandes mobilizações. “Cito sempre a Marcha das Margaridas, porque é a maior que fizemos no período”, destacou.

O dirigente Joãozinho Batista Gomes, da corrente o Trabalho, destacou a campanha nacional, que envolve plebiscito e abaixo assinado, pela ratificação da Convenção 87 da OIT (liberdade e autonomia sindicais), como “decisão acertadíssima”. Criticou, no entanto, as recentes negociações, que envolveram outras centrais, governo e entidades empresariais, para elaborar medidas de reaquecimento da atividade industrial.

O elogio à campanha por liberdade e autonomia sindicais foi unânime em todas as falas.

Rosana de Deus, representando a CSD, destacou o trabalho formativo e de filiação realizado junto à juventude. Shakespeare Martins, representando a recém-criada corrente Esquerda Popular Socialista, elogiou a combatividade da gestão e propôs, como atividade para os próximos meses, uma grande mobilização para pressionar os três poderes para atender a pauta da CUT. Para Expedito Solaney, da corrente Articulação de Esquerda, a CUT avançou a partir da implementação do plano sindical por cada uma das secretarias nacionais da Central.

Durante o debate, foi apresentada também a publicação “Artur Henrique – CUT: um olhar de 2006 a 2012”, balanço sobre os dois mandatos do presidente oferecido pelo Sinergia-SP/CUT e pela Fetec-CUT. A publicação, de 74 páginas, tem tiragem de 5 mil exemplares e será entregue a todos os delegados presentes e também aos sindicatos filiados.

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