Amanhã tem Marcha das Vadias em Curitiba

Amanhã tem Marcha das Vadias em Curitiba


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Neste sábado (14) acontece a Marcha das Vadias de Curitiba – Movimento pelo fim da violência de gênero. A concentração será às 11:00 no Passeio Público. Diversos atos vão marcar as manifestações. Hoje, a Marcha das Mulheres está fazendo uma “Fuzarca Feminista”, na Boca Maldita. A Fuzarca serve para preparar os materiais e ensaiar os atos para amanhã.

O Brasil é o 7° país do mundo que mais mata mulheres. O Paraná é o 3º estado no ranking e Piraquara é a 2º cidade brasileira com maior número de assassinatos de mulheres. O Paraná é o segundo estado mais homofóbico do país. A cada 1 dia e 1/2 uma pessoa trans é brutalmente assassinada em Curitiba. Em 2011, no Paraná, mais de 17 mil mulheres foram agredidas e mais de 4 mil foram vítimas de crime sexual. Em 2012, quase 5 mil mulheres foram vítimas de violência. Em Curitiba, 115 mulheres foram assassinadas em 2011 e 30 mulheres foram mortas no início de 2012.

Os números ainda não foram suficientes para convencer da importância da Marcha? Então leia o manifesto publicado no site do movimento. Mais abaixo, a programação detalhada.

Precisamos mesmo de uma Marcha das Vadias?

Em 2011 realizamos em Curitiba a primeira Marcha das Vadias, buscando refletir sobre a culpabilização da mulher em casos de agressão sexual. Tivemos intensos debates sobre a validade do movimento, a polêmica do nome e a origem canadense da Marcha. Discutimos sobre a participação das mulheres negras, sobre o caráter elitista do grupo, a participação masculina, o apoio às prostitutas, a causa LGBTT, o movimento feminista curitibano. Mobilizamos virtualmente quase 30 pessoas em torno da discussão sobre a cultura de agressão sexual. Levamos mais de 1000 pessoas às ruas do centro de Curitiba, para reivindicar a autonomia no uso do próprio corpo e debater a violência que assola a nossa cidade.

Durante todo o ano fomos às ruas, ocupamos a Boca Maldita, discutimos o machismo da política paranaense, nos manifestamos a favor da descriminalização do aborto e contra a banalização da violência sexual na TV. Comemoramos o Dia do Laço Branco, da Não-Violência, criamos campanhas de conscientização pelo fim da violência de gênero. Participamos da Conferência Municipal de Políticas Públicas para Mulheres e fizemos parte, juntamente com outros coletivos, da organização da Marcha das Mulheres do Campo e da Cidade. No dia 08/03 marchamos por um mundo mais justo.

Missão cumprida? Não, estamos muito longe disso. Os números da violência de gênero crescem a cada dia, no Brasil e em nossa cidade. No nosso país quase 2,1 milhões de mulheres são espancadas por ano, sendo 175 mil por mês, 5,8 mil por dia, 4 por minuto e uma a cada 15 segundos. Em 70% dos casos, o agressor é uma pessoa com quem ela mantém ou manteve algum vínculo afetivo. As agressões são similares e recorrentes, acontecem nas famílias, independente de raça, classe social, idade ou de orientação sexual de seus componentes.

O Brasil é o 7° país do mundo que mais mata mulheres. O Paraná é o 3º estado no ranking e Piraquara é a 2º cidade brasileira com maior número de assassinatos de mulheres. O Paraná é o segundo estado mais homofóbico do país. A cada 1 dia e 1/2 uma pessoa trans é brutalmente assassinada em Curitiba. Em 2011, no Paraná, mais de 17 mil mulheres foram agredidas e mais de 4 mil foram vítimas de crime sexual. Em 2012, quase 5 mil mulheres foram vítimas de violência. Em Curitiba, 115 mulheres foram assassinadas em 2011 e 30 mulheres foram mortas no início de 2012.

Sabemos que estes números são ainda maiores, pois muitas vítimas não denunciam seus agressores. E são assustadores, poisa maioria das agressões (física, sexual, psicológica) ocorrem em casa e que desde criança estamos sujeitas a elas.

Criamos uma sociedade que tolera a violência e que atribui a culpa à própria vítima. É essa cultura machista que queremos transformar. Lutamos para que a mulher deixe de ser vista como um mero objeto e passe a ser vista como uma pessoa, com direitos e vontades.

Para que isso seja possível, precisamos de políticas públicas voltadas à saúde, educação e segurança, além de um amplo debate com toda a sociedade. Este é o primeiro passo para que possamos finalmente reverter esse quadro.

Por isso acreditamos que precisamos, sim, levar as Vadias novamente às ruas, para mais uma vez mostrar à toda a cidade que não iremos nos calar.

MEXEU COM UMA, MEXEU COM TODAS

AGRESSÃO SEXUAL: A CULPA NUNCA É DA VÍTIMA

Leia também:

:: Facebook da Marcha

:: Blog da Marcha

:: Vem aí a Marcha das Vadias. E por que esse nome? Fonte: Gazeta do Povo

Programação

Confira a programação do evento curitibano:

Ato 1 – “Vadias na rua: poder público, a culpa é sua!”

Local: Passeio Público
Atividades:
Entrevista com candidatas à Câmara e à Prefeitura
Diálogo sobre Violência Obstétrica
Leitura do Manifesto

Ato 2 – “As Trans são nossas irmãs”

Local: Praça 19 de Dezembro
Atividades: Performance – Gustavo Bitencourt

Ato 3 – “Maria Maria”

Local: Praça 19 de Dezembro
Atividades: Lavagem simbólica da Mulher Nua
Resgate da nossa dignidade
Ato 4 – “Somos todas clandestinas”
Local: Estátua de N. Sra. da Luz
Atividades: Ato simbólico – flores para as vítimas do aborto clandestino

Ato 5 – “Strip Mob”

Estátua da Maria Lata d’água (Paço Municipal)
A violência contra a mulher
Ato simbólico – strip tease coletivo
Trilha sonora: Não Vadeia – Clementina de Jesus

Ato 6 – “Tribuna Livre”

Local: Boca Maldita
Atividade: Ato simbólico: Ocupação da Boca Maldita – Placa da Tribuna Livre

Ato 7 – “Mulher Brasileria e Latina”

Boca Maldita
Encerramento
Show com Aveduo E e Kátia Drumond e muv
Apresentação Geisa Costa

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