No primeiro dia de eventos acadêmicos do III CEPIAL, aconteceu pela manhã, no Setor de Ciências da Saúde, da UFPR, a mesa redonda “Educação Superior e Inclusão Social: experiências e percepções” onde foram discutidos os desafios que ainda precisam ser enfrentados para que o ensino superior na América Latina seja mais democrático.
A mesa foi composta pelo coordenador João Alfredo Braída, da Universidade Federal da Fronteira Sul (BR), pelo Reitor Jaime Giolo, também da UFFS, pela profª Ingrid Sverdlick, da Universidade Pedagógica da Argentina e pelo profº Armando Alcântra Santuário, da Universidade Nacional Autônoma do México. Todos os convidados foram unânimes em dizer que uma universidade de inclusão, só será possível com a participação da sociedade. Uma universidade democrática é feita para a sociedade e pela sociedade.
A professora Ingrid Sverdlick fez um panorama histórico e político do ensino superior na Argentina, apontando dados que mostram que a desigualdade de acesso ao ensino superior ainda é grande. Já os professores Armando Alcantra Santuário e o Reitor Jaime Giolo, deram exemplos de experiências de inclusão que estão caminhando para um futuro mais democrático, dentro do ensino superior. Armando deu o exemplo das Universidades Interculturais, criadas no México no ano de 2004, que tem como foco principal a inclusão dos povos indígenas desse país, e Jaime Giolo contou a experiência da recente UFFS, que tem 95% de seus alunos vindos do ensino médio público e que possui cursos voltados ao interesse e as demandas da região onde se localizam os campi.
Com o exemplo dos três países da América Latina pôde-se notar que os problemas enfrentados são muito parecidos, porém os integrantes da mesa acreditam que uma universidade e uma sociedade mais inclusiva são possíveis, com Politicas Públicas, como o sistema de cotas por exemplo, com uma mudança dos padrões culturais das próprias universidades federais, adotando uma lógica menos mercantil e mais voltada a justiça social e acima de tudo, com uma universidade que tenha a educação como um direito humano e que se coloque como responsável, juntamente com a comunidade, para a criação de uma sociedade mais inclusiva.
Texto: Diana Almeida Lourenço – assessoria Cepial