Seminário discute liberdade e inclusão digital

Seminário discute liberdade e inclusão digital


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A evolução das tecnologias é tão intensa que pouco sabemos sobre as ferramentas que utilizamos. Você, leitor, está acessando o site da APP através do Internet Explorer, ou pelo Mozilla Firefox? Usa Linux, Mac ou Windows? Escreve seus textos no Word, ou no LibreOffice?

Saiba que cada uma dessas escolhas é também uma decisão política. Isso pode parecer papo de hacker, mas não é tão complicado como parece.

Para elucidar essas questões, o núcleo sindical Curitiba Norte promoveu na sede estadual da APP na última sexta-feira um seminário sobre inclusão digital. Marcos Mazoni, que é diretor presidente do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), veio falar sobre o ODF, que é um formato de arquivo de texto, planilhas ou apresentações, desenvolvido de forma colaborativa.

Hoje, a maioria das pessoas usa o pacote Office da Microsoft (Word, Excel e PowerPoint). Mas quase ninguém sabe que o poder de decisão sobre o acesso a seus próprios textos está na mão de Bill Gates. Na prática, na hora em que ele quiser, ele pode determinar que você, leitor, não poderá abrir seus arquivos, como aquela apresentação que você preparou para a sua aula, ou aquele trabalho final feito para seu curso de aperfeiçoamento. Isso pode acontecer também com documentos governamentais ou de empresas.

Isso já acontece com documentos feitos em versões antigas dos programas, que já não estão mais em circulação. O conteúdo fica preso ao padrão da Microsoft ou de qualquer outra empresa.

“A função do ODF é criar um padrão e colocá-lo em uma fundação que garanta que essa chave de abertura daquele texto seja direito teu, e não do fornecedor da solução”, explica Marcos Mazoni. ODF significa Open Document Format (documento de formato aberto), e esta “chave” está “guardada” da Document Foundation.

Para substituir o pacote Office, é só baixar gratuitamente o LibreOffice (clique aqui). Esta atitude é mais do que uma questão de segurança. “É uma decisão de cidadania, pois cada um passa a ter controle sobre o conteúdo que escreveu. É não deixar que uma organização possa decidir se o documento da pessoa vai ser acessado ou não”, observa Mazoni.

O presidente da Serpro ainda cita outros programas o Linux (que substitui o Windows), o Firefox (para navegar na internet) e as versões recentes do Android (usado em celulares). “São experiências de compartilhamento que trouxeram produtos que hoje são todos superiores aos de mercado, pois são desenvolvidos por mais pessoas que compartilham conhecimento”.

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