A partir do lema ‘Diversidade camponesa cuida da terra, promove a vida’ a Pastoral da Terra, que organiza o evento no Estado há 26 anos – e promove esta edição em Mandirituba (lar de várias comunidades faxinais) neste domingo, dia 19 de agosto – reforça a importância dos cultivos tradicionais realizados por famílias, assentados, quilombolas, faxinalenses, indígenas e ribeirinhos. De acordo com Juvenal Rocha, integrante da Coordenação Executiva da Comissão Pastoral da Terra do Paraná, estes grupos são responsáveis pela produção de quase 70% dos alimentos consumidos pelo povo brasileiro. “As grandes safras de grãos de soja, trigo, milho, entre outros, produzidos pelos grandes negócios, têm como destino a exportação. O pequeno produtor é quem garante o que chega à mesa do povo”, avisa.
Segundo ele, a Romaria da Terra, em conjunto com outras duas grandes atividades – a Jornada de Agroecologia e a Festa das Sementes Nativas – são iniciativas da Pastoral, com apoio de uma série de entidades e movimentos sociais, que têm como meta dar visibilidade a estes produtores, que provam a existência de uma ‘diversidade camponesa’. Para o coordenador da Pastoral, chamar a atenção da sociedade para estes grupos é fundamental para a sobrevivência dos mesmos. “Queremos dizer que estes camponeses existem. Que eles são os guardiões da biodiversidade, pois produzem de forma sustentável e preservam as sementes crioulas, e que eles precisam do reconhecimento e da valorização pelo que fazem”, afirma.
E este reconhecimento, aponta Juvenal, tem formas práticas de se concretizar. “A primeira coisa é que a sociedade urbana conheça e valorize o trabalho destes camponeses. A segunda é que esses grupos tenham acesso a crédito diferenciado, para fazer o cultivo da agriculta familiar ecológica. A terceira é que se firmem acordos com universidades e laboratórios para que estes trabalhadores possuam o suporte técnico que tanto necessitam. A quarta é que eles consigam, também, maneira de agregar valor aos seus produtos através de processamentos. E, por fim, que tenham como escoar suas produções para as feiras e comércios locais, o que de fato garantirá a subsistência de cada grupo”, destaca.