“(…) No ensino médio foi implantada pela Gestão da Secretaria, em 2009, a redução da carga horária na grade curricular semanal das escolas da rede estadual de ensino, das disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, passando de quatro para três aulas, e, em algumas situações, para duas aulas. Esta situação está sendo revista atualmente pela Secretaria”. Gazeta do Povo – 15/8/2012.
Atribuir a queda nos índices do Ideb do Ensino Médio no Paraná à redução da carga horária de duas disciplinas é desconsiderar o conjunto de fatores que levaram a esse resultado e reduzir a importância pedagógica das demais disciplinas e o trabalho desenvolvido por todos os trabalhadores da Educação envolvidos no processo de aprendizagem dos alunos.
Mais uma vez, estamos diante do debate da matriz curricular suscitado por ações ou interpretações da Secretaria, e, novamente, o debate está reduzido a ampliar ou reduzir a carga horária de disciplinas que compõem a matriz curricular desta etapa do Ensino Fundamental. Colocado desta forma, a Secretaria de Estado da Educação (Seed) instiga o debate do mérito das disciplinas, considerando umas em detrimentos de outras.
“Rever esta situação” nesta perspectiva é o mesmo que dizer que algumas disciplinas terão sua carga horária reduzida para o próximo ano. Para isso a categoria já disse NÃO. Os professores e funcionários em assembleia da categoria deliberaram como pauta de reivindicação e defesa contínua, que nenhuma disciplina da matriz curricular tenha menos que duas aulas semanais.
As dificuldades enfrentadas pelos alunos para cursarem o Ensino Médio no Estado ficam relegadas a segundo plano. Salas superlotadas, infraestrutura das escolas comprometidas, ausência de formação continuada aos professores, falta de funcionários para o atendimento aos educandos, uma política pedagógica voltada a formação de mão-de-obra barata ao mercado de trabalho, alta rotatividade dos professores, a dificuldade do estudante em conciliar horário de trabalho com o horário escolar, entre outras.
Precisamos fazer o debate nas escolas de outro modelo de Ensino Médio, da ampliação da matriz curricular com mais aulas semanais ou mesmo a possibilidade do quarto ano. Nosso entendimento e proposta é que esse tema precisa ser amplamente debatido por toda comunidade escolar com espaços para estudo e construção coletiva, algo que não é mencionado pela Seed em entrevista concedia a Gazeta do Povo do dia 15 de agosto de 2012.
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