Familiares de Anderson Silva organizaram a passeata pelo centro de Curitiba porque acreditam que o jornalista ainda está vivo. A irmão dele, Aparecida Leandro, pede esforço da sociedade e das autoridades para que Anderson seja encontrado. “A gente quer, com esse ato, que o desaparecimento não seja esquecido. Se alguém viu alguma coisa, ligue para a polícia e denuncie”, solicita.
Uma das linhas de investigação é motivação política. Em 2008, Anderson levou um tiro de borracha da Polícia Militar enquanto cobria a reintegração de posse de uma área ocupada pelo MST (Movimento dos Sem Terra), no bairro Fazendinha. A presidente da CUT-PR, Regina Perpétua, levanta essa hipótese e cobra mais empenho do governo estadual: “Queremos que o grupo Tigre, o governo e o Ministério Público entrem fortemente neste caso. O Anderson era muito ligado aos movimentos sociais e não é possível ele sumir como sumiu”, comentou.
Oito dias depois do desaparecimento, nem a Secretaria de Segurança Pública do Paraná, nem o Governo do Estado deram qualquer informação sobre o caso. Uma audiência com o governador Beto Richa já foi solicitada com objetivo de intensificar as buscas feita pelo TIGRE (Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial). No entanto, o pedido ainda não foi respondido.
O desaparecimento do jornalista soma-se a mais um caso de cerceamento à liberdade de imprensa do Paraná. Recentemente, jornalistas da Gazeta do Povo foram ameaçados depois que denunciaram a utilização de viaturas da PM de forma particular. Em outro caso, no litoral, um jornalista foi impedido de cobrir reunião entre Funae, Ministério Público e índios. Para o presidente do Sindicato dos Jornalistas do Paraná (Sindijor-PR) Guilherme Carvalho, essas ações demonstram que a liberdade de imprensa não está totalmente garantida em nosso país. “Nós estamos tratando de impedimento da liberdade de expressão e do direito das pessoas terem acesso à informação. Com o desaparecimento, a sociedade também está sendo ferida em seus direitos”, diz.
A APP-Sindicato se solidariza com os familiares neste momento difícil e reforça o pleito às autoridades competentes pela agilidade na solução do caso.
Com informações de Vanguarda Política
Entidades que se solidarizam:
OAB/PR – FENAJ – Sindijor – Consulta Popular – CUT – CEFURIA – Mandato Dr. Rosinha – APP/Sind – Tortura Nunca Mais – MST – Assembléia Popular – Mov. Negro Unificado – SindSaúde – CWBTV – Blog LadoB – Mandato Luciana Rafanhin – UNEGRO – SindUTFPR – Senge – SISMUC – Com. Direitos Humanos/ALEP – UBM – PSOL/Ctba – Terra de Direitos – PT/Ctba – Ecos da Nossa Terra – Mandato Tadeu Veneri – Sind. dos Bancários/Ctba